A população carcerária de Foz do Iguaçu registrou um crescimento de 83,5% entre 2021 e 2025, saltando de 2.299 para 4.222 detentos. Esse aumento voltou a pressionar o sistema prisional local, que atualmente enfrenta um déficit de 432 vagas, mesmo após os investimentos realizados na infraestrutura carcerária.
A cidade conta com cinco unidades prisionais em operação, incluindo a Penitenciária Estadual IV, inaugurada em dezembro de 2022. As obras de ampliação e melhorias realizadas elevaram a capacidade total do sistema de 2.687 vagas em 2021 para 3.790 em 2025, mas o número de presos ainda supera essa capacidade.
O perfil dos presos são desproporcionais entre homens e mulheres: 92,5% são homens (3.906), sendo os principais crimes roubo, homicídio e estupro. As mulheres representam 7,5% da população carcerária (316 detentas), com maioria envolvida em tráfico de drogas. A maioria dos detentos (63,8%) cumpre pena há mais de três anos, com predominância na faixa etária de 25 a 34 anos, e apenas 3,2% são estrangeiros.
Esse cenário reflete uma tendência mais ampla. O Paraná como um todo registrou aumento de detentos, passando de 27 mil presos em 2021 para 41.455 em 2025. No estado, o tráfico de drogas lidera as estatísticas (7 mil casos), seguido por roubo (4 mil) e furto (3 mil). Em 2024, o Paraná foi o segundo estado com mais mandados de prisão cumpridos no país, totalizando 31 mil capturas.
No âmbito nacional, o sistema prisional brasileiro enfrenta uma grave crise estrutural. O déficit atual é de 174,4 mil vagas, com 660 mil presos para uma capacidade instalada de apenas 500 mil. Como alternativa, medidas como tornozeleiras eletrônicas (105 mil em 2024) e prisão domiciliar (que registrou aumento de 14,4% no último ano) têm sido implementadas para tentar aliviar a superlotação dos presídios.