Com toda a atenção que caminhar tem recebido ultimamente, muitas pessoas têm adotado a prática de caminhadas longas e regulares como atividade física. Um caso comum é de indivíduos que, acompanhados por amigos, preferem esse hábito a encontros sociais com bebidas alcoólicas, valorizando também o contato com o ar livre. No entanto, é frequente o relato de dores nos pés após essas caminhadas, mesmo entre praticantes experientes de corrida de longa distância que utilizam calçados relativamente novos.
Segundo a podóloga Melissa Lockwood, é muito comum que os pés fiquem doloridos após longos períodos de caminhada. O também podólogo Richard Graves corrobora essa informação, explicando que, embora nunca seja considerado “normal” sentir dor nos pés, esse incômodo é frequente após caminhadas prolongadas.
Especialistas afirmam que, embora calçados velhos sejam frequentemente os principais responsáveis pelo problema, existem diversos outros fatores que podem causar dores nos pés. Felizmente, existem soluções para cada uma dessas causas.
O desgaste dos calçados aparece como um dos primeiros aspectos a serem verificados. O podólogo e cirurgião Bradley Schaeffer alerta que sapatos muito antigos perdem sua capacidade de amortecimento e suporte. A podóloga Suzanne Fuchs complementa que solas gastas prejudicam a absorção de impacto, resultando em dor. Para identificar o momento ideal de troca, recomenda-se observar o desgaste dos sulcos na sola ou seguir a orientação de substituição a cada 500-800 quilômetros (cerca de seis meses de uso regular).
A simples aquisição de calçados novos nem sempre resolve o problema, pois é essencial que ofereçam o suporte adequado. Schaeffer destaca que calçados mal ajustados podem alterar o padrão da marcha, sobrecarregando músculos e tendões. Sinais como aperto, formação de bolhas ou joanetes indicam que os sapatos podem não ser ideais. Nesses casos, especialistas sugerem procurar lojas especializadas para avaliação profissional e, se necessário, consultar um podólogo esportivo para orientações personalizadas.
Outro fator comum é o aumento abrupto da distância percorrida. Lockwood observa que isso ocorre com frequência na primavera, quando as pessoas, após períodos de menor atividade no inverno, retomam as caminhadas com intensidade excessiva. A recomendação é aumentar progressivamente a distância, em incrementos de cerca de meio quilômetro por sessão, intercalando com dias de descanso.
Problemas biomecânicos, como alterações na postura ou na marcha, também podem causar dores nos pés ao distribuir incorretamente o peso corporal. Fuchs explica que, nesses casos, a dor persiste mesmo com calçados adequados, sendo necessária avaliação profissional com análise da marcha e possível uso de palmilhas personalizadas.
Quando as dores persistem mesmo após a troca de calçados e ajustes na rotina de caminhadas, recomenda-se procurar um podólogo. Graves e Lockwood alertam que problemas não tratados adequadamente podem se tornar crônicos.
No caso específico mencionado inicialmente, a suspeita recai sobre a inadequação dos calçados, levando à decisão de substituí-los por um modelo mais apropriado para prevenir dores futuras.
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