Um estudo utilizou modelos computacionais para simular os últimos 400 milhões de anos e calcular o nível de “isolamento” de cada hemisfério em relação à massa continental, uma característica essencial para reter calor interno em vez de liberá-lo. Esse padrão remonta à época da Pangeia.
A Terra possui um interior líquido extremamente quente que aquece todo o planeta de dentro para fora. Esse núcleo também está em constante rotação, gerando tanto a gravidade quanto o campo magnético terrestre, responsável por manter a atmosfera protetora próxima à superfície. Ao longo de um período extremamente longo, esse interior continuará a esfriar até que a Terra se assemelhe a Marte.
A novidade revelada pelo estudo é que esse resfriamento não ocorre de forma uniforme, e a explicação está na distribuição de massas continentais: algumas regiões foram cobertas por mais terra, criando uma espécie de camada isolante que retém o calor, semelhante a um recipiente térmico. Isso contrasta com a principal forma de perda de calor do planeta, que ocorre através da litosfera oceânica, ou seja, a camada sólida sob os oceanos.
Isso acontece porque o manto terrestre funciona como um enorme sistema de convecção, movimentando lentamente a superfície do fundo do mar. Novas áreas de crosta oceânica se formam continuamente a partir do magma que emerge nas dorsais oceânicas, enquanto as porções mais antigas são empurradas e afundadas sob as massas continentais, onde voltam a se fundir.
Para compreender melhor o comportamento do calor interno, os pesquisadores dividiram o planeta em hemisférios Africano e Pacífico, e mapearam toda a superfície terrestre em uma grade com intervalos de meio grau de latitude e longitude. Eles combinaram modelos anteriores que estimavam a idade do assoalho oceânico e as posições dos continentes ao longo dos últimos 400 milhões de anos.
Com esses dados, calcularam a quantidade de calor retida em cada ponto durante sua existência geológica, o que permitiu estimar a taxa de resfriamento. Os resultados mostraram que o lado do Pacífico esfriou muito mais rápido. A explicação está na espessura: o fundo oceânico é muito mais fino que as massas continentais, e o calor vindo do interior é rapidamente dissipado pela imensa quantidade de água fria acima dele.
Comparando-se o gigantesco Oceano Pacífico com os extensos continentes de África, Europa e Ásia no lado oposto, torna-se claro por que o calor escapa mais rapidamente da maior área oceânica do planeta. Pesquisas anteriores sobre esse fenômeno consideravam apenas os últimos 230 milhões de anos, mas o novo modelo ampliou esse alcance para 400 milhões, quase o dobro do intervalo estudado anteriormente.
Os resultados também revelaram uma contradição interessante: o hemisfério do Pacífico resfriou cerca de 50 Kelvin a mais do que o hemisfério Africano, mas registros geológicos indicam que, durante grande parte desse tempo, as placas tectônicas do lado do Pacífico se moveram mais rapidamente, o que sugere que essa região já foi muito mais quente em algum momento do passado distante.
Uma hipótese é que, há centenas de milhões de anos, essa área tenha sido coberta por massas de terra que ajudaram a reter o calor. Outras explicações também são possíveis, mas, de qualquer forma, a intensa atividade tectônica atual do Pacífico indica uma diferença térmica marcante. Quanto mais quente e fluido está o manto, mais facilmente as placas tectônicas se movem, colidem e se sobrepõem, alimentando vulcões e terremotos que continuam moldando a superfície do planeta.
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