O assassinato do venezuelano Guillermo Rafael de Maria Montes, ocorrido em 3 de março no Centro de Curitiba, revelou a atuação de uma suposta máfia de agiotas estrangeiros na capital paranaense e posssivelmente com ligações com o crime organizado internacional para lavagem de dinheiro.
Jean Couan Kruger, autor do crime e dono de uma bicicletaria, alega ter sido vítima de extorsão e ameaças por parte da vítima, que atuaria como agiota.
A Polícia Civil investiga o caso como homicídio premeditado, motivado por um conflito comercial. No entanto, a defesa de Kruger sustenta que ele agiu sob forte emoção, após meses de cobranças abusivas e perseguições. Segundo relatos, a vítima cobrava dívidas com juros exorbitantes e ameaçava o acusado constantemente.
Em depoimento à polícia, a namorada de Jean afirmou que ele vivia sob pressão: “Quase diariamente, ele dizia que talvez não voltaria para casa por causa das ameaças. Ele explodiu. Era uma dívida impagável, e ele foi vítima de uma máfia que age não só no Centro, mas em toda a Região Metropolitana”.
O acusado também declarou ter sido perseguido: “Ele me seguia na rua, aparecia na frente da minha casa e entrava na loja para me ameaçar. Vários clientes testemunharam”. Investigações apontam que Kruger recorreu a múltiplos agiotas nos últimos dois anos, prática comum entre pequenos comerciantes.
Panfletos oferecendo “dinheiro fácil” são distribuídos por grupos organizados, muitos deles estrangeiros, conforme relato de um empresário anônimo: “Sempre que abro a loja, tem um panfleto. Pelo sotaque, percebe-se que não são brasileiros”.
O advogado de defesa, Jackson Bahls, argumenta que não houve premeditação: “Foi uma reação emocional após provocação. Ele não planejou matar ninguém. A defesa provará a verdade, e ele será absolvido”. Jean Couan Kruger permanece preso enquanto o caso segue em investigação.
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