A pele com textura “crepe” – aquela aparência fina, enrugada e sem elasticidade que lembra o papel de seda – vai muito além de uma simples questão estética. Segundo a dermatologista Dra. Shoshana Marmon, essa condição pode ser um alerta para problemas de saúde mais sérios. Como normalmente resulta de anos de exposição solar sem proteção adequada, pessoas com esse tipo de pele têm risco aumentado de desenvolver câncer de pele. Além disso, por ser mais fina e frágil, fica mais suscetível a machucados que podem levar a infecções se não forem devidamente cuidados.
A exposição aos raios ultravioleta, incluindo os das câmaras de bronzeamento artificial, é a grande vilã por trás desse problema. Esses raios danificam as fibras de colágeno e elastina, que são como a estrutura de sustentação da nossa pele. A genética também tem seu papel – se seus pais desenvolveram pele crepe, as chances de você ter o mesmo problema são maiores. Para as mulheres, a chegada da menopausa traz uma piora nessa situação devido à queda nos níveis de estrogênio, que ajuda a manter a pele firme e hidratada.
As áreas que mais sofrem são as mais expostas ao sol durante a vida: rosto (especialmente ao redor dos olhos), colo, braços e mãos. A boa notícia é que muito pode ser feito para prevenir e melhorar esse quadro. A proteção solar continua sendo fundamental, mas os especialistas destacam que roupas com proteção UV, chapéus e óculos escuros oferecem uma barreira mais eficaz e duradoura do que o filtro solar sozinho.
Quando o assunto são cremes e loções, os dermatologistas são realistas: nenhum produto vai fazer milagres, mas alguns ingredientes como retinoides, ácido hialurônico e niacinamida podem ajudar a melhorar a textura da pele com uso consistente ao longo do tempo. Para quem busca resultados mais imediatos, procedimentos como lasers, radiofrequência e alguns tipos de preenchimento podem estimular a produção de colágeno e dar mais firmeza à pele.
Mas os médicos alertam: o envelhecimento é um processo natural que não pode ser completamente revertido. O segredo está na prevenção precoce – quanto antes começarmos a cuidar da pele, melhor ela vai envelhecer. E talvez o conselho mais valioso seja aprender a aceitar os sinais do tempo com naturalidade, afinal, como lembra a Dra. Marmon, envelhecer é um privilégio que nem todos têm.