domingo, julho 27, 2025
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O que aconteceria se um asteroide atingisse a Terra?

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Um asteroide atingindo nosso planeta pode parecer coisa de ficção científica. Vários filmes e livros são baseados nessa ideia — como Impacto Profundo, Armageddon e O Martelo de Lúcifer — ou mostram tentativas de impedir que isso aconteça. No entanto, um impacto de asteroide na Terra não é apenas um conceito ficcional, mas também um fato científico. O Laboratório de Propulsão a Jato da NASA, na Califórnia, mantém um programa chamado “Vigilância de Asteroides”, cuja finalidade é detectar e monitorar asteroides (e cometas) que a agência acredita que passarão perto da Terra.

Em dezembro de 2022, havia cinco asteroides no painel de monitoramento, incluindo dois com dimensões semelhantes às de um avião comercial. Mais cedo naquele mesmo ano, um asteroide chamado (7482) 1994 PC1, com altura equivalente a 2,5 vezes a do Empire State Building, em Nova York, aproximou-se do planeta na menor distância em 200 anos, em 18 de janeiro. Passou a uma distância segura de 1,93 milhão de quilômetros da Terra.

Contudo, nem todos os asteroides ao longo da história erraram o alvo. Existem crateras evidentes na Terra (e na Lua) que comprovam uma longa história de grandes objetos colidindo com o planeta. O asteroide mais famoso de todos é aquele que atingiu a Terra há 66 milhões de anos. Com o tamanho de uma montanha, ele deixou uma cratera de 146 quilômetros de largura e 19 quilômetros de profundidade na costa da Península de Yucatán, no México. Cientistas acreditam que ele provocou tsunamis massivos e lançou tanta água e poeira na atmosfera que bloqueou a luz solar, reduziu drasticamente a temperatura global e causou a extinção dos dinossauros.

As chances de um asteroide atingir a Terra hoje são bastante pequenas. A NASA já rastreou 90% dos asteroides próximos à Terra com pelo menos 0,8 quilômetro de largura e acredita que nenhum deles apresenta risco significativo de colisão. Ainda assim, é possível que existam outros asteroides maiores ainda desconhecidos. Se um asteroide com cerca de 1,6 quilômetro de largura atingisse a Terra a uma velocidade de aproximadamente 48.280 quilômetros por hora, liberaria uma energia equivalente a uma bomba de 1 milhão de megatons.

É difícil imaginar 1 milhão de megatons, então consideremos exemplos menores. Se um asteroide do tamanho de uma casa colidisse com o planeta a essa mesma velocidade, sua energia seria comparável à da bomba lançada sobre Hiroshima, cerca de 20 quilotons. Um impacto desse tipo destruiria prédios de concreto armado em um raio de até 800 metros e estruturas de madeira em até 1,5 quilômetro do ponto de impacto, causando grandes danos urbanos.

Já um asteroide do tamanho de um prédio de 20 andares, cerca de 61 metros de largura, liberaria uma energia similar à das maiores bombas nucleares modernas, entre 25 e 50 megatons. Isso seria suficiente para destruir prédios de concreto armado em um raio de até 8 quilômetros. Uma colisão desse porte devastaria totalmente a maioria das grandes cidades.

Para que um asteroide fosse capaz de destruir quase toda a vida na Terra, teria que medir entre 11 e 12 quilômetros de diâmetro. O impacto criaria uma nuvem de poeira tão densa que cobriria o planeta inteiro, bloquearia a luz solar e elevaria as temperaturas locais no ponto de colisão. Bilhões de pessoas morreriam e boa parte da vida no planeta seria exterminada. Ainda assim, os cientistas acreditam que alguns seres sobreviveriam. Segundo a NASA, apenas um asteroide com cerca de 96 quilômetros de largura poderia eliminar toda forma de vida na Terra.

A boa notícia é que a NASA já demonstrou ser capaz de interferir nesse tipo de ameaça. A missão DART (Teste de Redirecionamento de Asteroide Duplo) lançou uma sonda espacial em novembro de 2021 com o objetivo único de colidir com o pequeno asteroide Dimorphos a uma velocidade de 6,6 quilômetros por segundo, para alterar levemente sua órbita. A missão foi um grande sucesso: em 26 de setembro de 2022, a nave DART atingiu o alvo, e análises posteriores confirmaram que o impacto realmente modificou a trajetória do asteroide. Foi a primeira vez na história que a humanidade conseguiu alterar deliberadamente o movimento de um corpo celeste.

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