Uma operação deflagrada pela Polícia Civil do Paraná nas primeiras horas da manhã desta quinta-feira, em Jacarezinho, no Norte do estado, resultou na prisão de 12 pessoas suspeitas de integrar uma organização criminosa voltada ao tráfico de drogas e à prática de outros crimes, incluindo execuções conhecidas como tribunais do crime. A ofensiva policial é fruto de uma investigação iniciada em fevereiro, após a prisão em flagrante de uma mulher apontada como liderança do tráfico na região.
Com a mobilização de 80 agentes, a operação cumpriu 10 mandados de prisão e 15 de busca e apreensão. Durante a ação, duas pessoas foram detidas em flagrante por tráfico de drogas. Foram apreendidas porções de maconha, cocaína, crack e haxixe, além de materiais usados para embalar os entorpecentes. Também foram recolhidos celulares, pouco mais de dois mil reais em dinheiro, e um papagaio mantido sem registro legal. A atuação contou com apoio de cães farejadores e de um helicóptero da corporação.
De acordo com o delegado Tristão Borborema, responsável pelas investigações, a partir da prisão da mulher em fevereiro foi possível mapear uma estrutura criminosa altamente organizada, com hierarquia definida e divisão de tarefas que incluía desde a contabilidade até a cobrança, distribuição de drogas, manutenção da disciplina interna e aplicação de punições dentro de um sistema paralelo de julgamento. As conversas interceptadas ao longo da apuração apontaram que a investigada exercia poder de comando sobre membros da organização, inclusive sobre indivíduos que já estavam presos.
A investigação revelou ainda que o grupo mantinha pontos de venda de entorpecentes espalhados por diversos bairros da cidade, operando por meio de uma rede estruturada que utilizava a intimidação como forma de garantir silêncio e fidelidade entre os integrantes. Os dados colhidos nas diligências também indicam o envolvimento da quadrilha em crimes como corrupção de menores, obstrução da Justiça e lavagem de dinheiro, além da adoção de estratégias para dificultar o rastreamento das ações criminosas, como uso de identidades falsas, codinomes e transações bancárias disfarçadas.
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