domingo, junho 29, 2025
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Mulheres paranaenses têm menos filhos e são mães mais tarde

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Dados do Censo 2022, divulgados pelo IBGE, revelam que as mulheres no Paraná estão engravidando mais tarde e em menor número. Em 12 anos, a idade média para ter filhos subiu de 27 para 28,4 anos, aumento de 1,4 anos.

O estado acompanha a tendência nacional, onde a média passou de 26,8 para 28,1 anos. No entanto, as paranaenses ainda se tornam mães mais cedo que as catarinenses (28,7) e gaúchas (29).

Outro fenômeno observado foi o crescimento do número de mulheres sem filhos. Entre aquelas com 50 a 59 anos, o percentual saltou de 9,5% em 2010 para 13% em 2022, alinhado ao movimento visto em todo o Brasil.

As informações reforçam a mudança nos padrões reprodutivos, com postergação da maternidade e redução da taxa de fecundidade no estado. O levantamento não detalha os motivos por trás dessa transformação demográfica.

Especialistas apontam que fatores como maior acesso à educação, inserção no mercado de trabalho e métodos contraceptivos mais eficazes influenciam essas estatísticas. O Paraná segue tendências globais de envelhecimento populacional e diminuição no número de nascimentos.

TAXA DE FECUNDIDADE – O levantamento do IBGE também apresenta dados sobre a Taxa de Fecundidade Total (TFT) do Paraná. O indicador, que estima o número médio de filhos que uma mulher teria ao longo da vida reprodutiva (dos 15 aos 49 anos), ficou em 1,55 filho por mulher – valor igual à média nacional. Em 2010, a taxa no Estado era de 1,74, o que evidencia uma queda em pouco mais de uma década.

O índice atual está bem abaixo do chamado nível de reposição populacional, estimado em 2,1 filhos por mulher – patamar necessário para manter o tamanho da população estável de uma geração para outra. Quando a fecundidade se mantém abaixo desse nível por longos períodos, a tendência é de envelhecimento e redução populacional, salvo em cenários de alta imigração ou reversão nas tendências demográficas.

Mesmo com o TFT em queda, o Paraná ainda apresenta uma taxa superior àquela registrada por estados como Rio Grande do Sul (1,44), Santa Catarina (1,51), São Paulo (1,39) e Rio de Janeiro (1,35), por exemplo. Já as TFT mais altas estão na região Norte, com Roraima (2,19) e Amazonas (2,08) liderando entre os estados brasileiros.

Outro dado que reforça a tendência de queda da fecundidade é o número médio de filhos que tiveram ao longo da vida mulheres de 50 a 59 anos. O número médio caiu de 2,9 em 2010 para 2,2 em 2022. Embora esse número não represente diretamente a taxa de fecundidade total, já que se refere a uma geração anterior, ele ajuda a ilustrar o ritmo da transformação demográfica em curso.

De acordo com o IBGE, as mudanças observadas refletem o impacto de fatores como a maior escolarização feminina, a inserção no mercado de trabalho, o amplo acesso a métodos contraceptivos e a mudanças nos projetos de vida das mulheres. O custo de vida e o desejo de estabilidade antes de ter filhos também influenciam essa nova realidade.

METODOLOGIA – O levantamento sobre fecundidade no Censo abrangeu mulheres a partir de 12 anos de idade e considerou o número de filhos nascidos vivos até 31 de julho de 2022, além da idade do último filho e da quantidade de filhos ainda vivos na data de referência. Os dados completos podem ser consultados nas planilhas do Sidra, o banco de dados do IBGE.

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