O chefe da equipe de vigilância do Muffato no bairro Portão afirmou à polícia ter ordenado que funcionários não seguissem Rodrigo da Silva Boschen, de 22 anos, após ele levar uma barra de chocolate e uma caixa de chicletes sem pagar. Quatro homens desobedeceram e espancaram a vítima até a morte na noite de quinta-feira (19).
Dois empregados do estabelecimento, um entregador e um quarto indivíduo, ainda procurado, participaram da agressão. Imagens mostram o momento em que o jovem é atingido por golpes, incluindo uma técnica de estrangulamento. O corpo foi abandonado fora do estabelecimento e removido pelo IML para análise.
De acordo com o depoimento, o supervisor reiterou que a rede proíbe confrontos físicos em casos de pequenos furtos. “A política é não reagir, mas ignoraram minha voz”, declarou.
A delegacia apura se o deslocamento do cadáver configura adulteração de cena, um vídeo entregue por uma testemunha mostra que o cliente que furtou os doces foi carregado até as imediações do Supermercado Muffato.
O delegado Thiago Filgueiras ressaltou que a violência transformou um delito de baixo potencial ofensivo em homicídio. Três suspeitos já foram detidos, enquanto autoridades buscam o último envolvido, que fugiu para outro estado.
Em nota, a defesa do Muffato classificou o episódio como isolado, destacando que as agressões começaram após a saída do cliente, com participação de pessoa alheia ao local. O advogado Elias Mattar Assad afirmou que a empresa coopera com as investigações.
Familiares aguardam laudo pericial para esclarecer as causas do óbito.