Após passar seis meses detido por autoridades de imigração nos Estados Unidos, o ex-policial militar Kleber Giglio Norberto foi extraditado e desembarcou no Brasil no sábado (14). Acusado de atropelar e matar quatro mulheres em um ponto de ônibus na Linha Verde, em Curitiba, ele se apresentou à Justiça do Paraná na manhã desta segunda-feira (16) e vai responder ao processo em liberdade.
O caso ocorreu em 2016, quando o então soldado, dirigindo uma viatura da Polícia Militar a 138 km/h por uma canaleta exclusiva para ônibus, colidiu contra o abrigo onde estavam as vítimas. O Ministério Público Estadual apresentou denúncia por homicídio com dolo eventual, entendendo que o agente assumiu o risco de provocar mortes.
Após o episódio, Kleber deixou o país e foi morar nos EUA. A promotoria considera que ele tentou evitar o andamento da ação judicial. Em contraponto, a defesa afirma que o ex-soldado já participava do processo mesmo à distância, com advogado constituído e manifestação protocolada anteriormente.
Preso em janeiro enquanto se dirigia ao trabalho no exterior, Kleber permaneceu sob custódia em três diferentes unidades de imigração. Ele atuava no setor da construção civil enquanto aguardava a tramitação de sua extradição, agora concluída.
Na chegada ao Brasil, ele afirmou que pretende cooperar com o Judiciário e lamentou profundamente o ocorrido. Declarou que o impacto do acidente foi marcante também para ele, mencionando que precisou de apoio psicológico e psiquiátrico após o incidente.
Durante a entrevista, o ex-militar ressaltou que estava de férias da corporação quando o atropelamento aconteceu. Disse ainda que sua permanência fora do país foi decidida após conversa familiar, e negou qualquer intenção de fuga.
A Justiça determinou que ele responderá em liberdade, sem monitoramento eletrônico, decisão que poderá ser revista conforme o andamento do processo. A defesa aguarda a audiência de instrução já marcada pelo tribunal.