O juiz Leonardo Bechara Stancioli determinou nesta quarta-feira (11) a prisão preventiva de Marcelo Alves dos Santos, investigado pela morte de Raíssa Suellen Ferreira da Silva, de 23 anos. A decisão foi proferida durante audiência de custódia realizada em Curitiba. No entendimento do magistrado, a conduta do suspeito indica risco à ordem pública e ausência de colaboração espontânea com a apuração dos fatos.
Raíssa Suellen Ferreira da Silva desapareceu em 2 de junho, após aceitar uma proposta que teria como destino Sorocaba (SP). Marcelo Alves dos Santos, influenciador que atuava na internet como humorista, levou a jovem até a residência dele na Região Metropolitana da capital paranaense. Ali, após uma negativa da vítima quanto a uma suposta investida romântica, ele a matou e escondeu o corpo em área de mata.
O paradeiro de Raíssa só foi revelado após o suspeito ser formalmente intimado pela Polícia Civil.
Mesmo com a alegação da defesa de que ele teria colaborado, a autoridade judicial apontou que a localização do cadáver ocorreu apenas após exigência formal das autoridades.
A investigação aponta indícios de premeditação, com o planejamento do crime antecedendo o desaparecimento. A jovem foi encontrada em estado avançado de decomposição, e o laudo do Instituto Médico-Legal ainda está em elaboração.
A perícia técnica busca confirmar detalhes sobre o método utilizado no assassinato.
Familiares da vítima contestam a postura do acusado, afirmando que ele demonstra frieza e manipulação ao se dizer arrependido.
A mãe de Raíssa Suellen Ferreira da Silva declarou que o comportamento de Marcelo Alves dos Santos desde o início foi “estrategicamente calculado” para despistar os investigadores.
A decisão judicial também estabelece que o réu deve ser mantido isolado dos demais detentos, com base no risco de represálias e na gravidade do delito. A Promotoria solicitou medidas adicionais de segurança, que ainda estão sendo analisadas pelo Ministério Público do Paraná.
O caso gerou ampla repercussão nas redes sociais, especialmente por envolver uma pessoa conhecida por seu conteúdo digital.
Grupos de direitos humanos e organizações feministas manifestaram preocupação com o padrão de violência de gênero presente no caso, cobrando ações preventivas e políticas públicas voltadas à proteção de mulheres em contextos de vulnerabilidade.
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