A Comissão de Constituição e Justiça da Assembleia Legislativa aprovou o projeto de lei complementar 6/2025, de autoria do Poder Executivo, que trata do reajuste salarial dos professores da rede pública estadual de ensino do Paraná. A medida contempla tanto os docentes em atividade quanto os aposentados e pensionistas, respeitando as normas de paridade entre ativos e inativos. O objetivo é alinhar os vencimentos da categoria ao piso salarial nacional da profissão, estabelecido para o ano de 2025, promovendo a valorização da carreira e reconhecendo o papel fundamental desses profissionais na educação dos estudantes paranaenses.
O reajuste pode alcançar até 11,31% em determinadas classes da carreira do magistério. Atualmente, a rede estadual conta com cerca de 68 mil professores ativos e outros 40 mil inativos, todos beneficiados pela proposta. Além do reajuste na tabela do salário-base, os profissionais continuam recebendo o auxílio-transporte no valor de 891,32 reais e a gratificação de tecnologia e ensino, que soma 846,32 reais. Com a atualização, o menor salário de um professor no início da carreira, com jornada de 40 horas semanais, passará a ser de 6.600 reais. Esse valor supera em 1.800 reais o piso nacional para esse mesmo regime de trabalho, que é de 4.800 reais.
O projeto contempla também reajustes proporcionais para professores que cumprem jornadas de 20 horas semanais, os quais podem ampliar seus vencimentos com a inclusão de aulas extras, recebendo valores proporcionais à carga horária adicional. Já os profissionais que estão no topo da carreira poderão ter remuneração superior a 13.900 reais, somando salário-base, auxílio-transporte e gratificação por tecnologia e ensino. Os novos valores são válidos para todas as classes e níveis do Quadro Próprio do Magistério (QPM), além do Quadro Único de Pessoal (QUP), este último em processo de extinção, pois os novos servidores vêm sendo automaticamente incorporados ao QPM.
De acordo com o Governo, o impacto orçamentário do reajuste será de aproximadamente 456 milhões de reais ao ano. Durante a votação, a deputada Ana Júlia (PT) apresentou voto em separado, argumentando que a proposta não configura um aumento real, mas sim uma adequação ao piso salarial nacional. Ela também reivindicou o respeito à progressão interclasse, prevista em lei. O deputado Luiz Claudio Romanelli (PSD) afirmou que o Governo do Estado já está em diálogo com representantes da categoria e que uma emenda está sendo elaborada para atender a essa demanda. A proposta foi aprovada, apesar dos votos contrários dos deputados Arilson Chiorato (PT) e Ana Júlia (PT), e segue agora para análise das Comissões de Finanças e de Educação da Assembleia.