Todo objeto que cruza o interior do Sistema Solar levanta perguntas sobre sua origem. Embora se suspeite que muitos desses corpos sejam fragmentos de rochas vindas de regiões distantes do espaço, alguns permanecem envoltos em mistério. Um exemplo foi o objeto interestelar ‘Oumuamua, cuja composição nunca foi confirmada. Outro caso, o cometa 31/Atlas, levou o astrofísico de Harvard Avi Loeb a levantar a hipótese de que poderia se tratar de uma nave de origem extraterrestre. Agora, Loeb volta a chamar atenção para um novo alvo, o objeto Arjuna 2025 PN7, sugerindo que ele pode representar uma tecnossinatura — mas, desta vez, de origem terrestre.
O objeto, batizado em referência ao cinturão de asteroides Arjuna, foi inicialmente detectado pelo levantamento astronômico Pan-STARRS em 2014. No entanto, devido ao seu brilho extremamente fraco, passou despercebido pela comunidade científica até recentemente. Pesquisadores da Universidade Complutense de Madri, Carlos e Raúl de la Fuente Marcos, publicaram um estudo recente explorando a possibilidade de que ele seja uma quase-lua, ou seja, um corpo que acompanha a Terra em uma trajetória similar, mas sem estar preso gravitacionalmente ao planeta. Esses asteroides se movem em órbitas heliocêntricas semelhantes à da Terra, acompanhando-a por longos períodos, diferentemente das chamadas mini-luas, que ficam temporariamente capturadas pela gravidade terrestre.
De acordo com Avi Loeb e seu colaborador Adam Hibberd, o objeto Arjuna 2025 PN7 tem, por definição, um período orbital de aproximadamente um ano, o que explica sua permanência prolongada nas proximidades da Terra, ainda que se mantenha em órbita ao redor do Sol. Em um artigo recentemente submetido para publicação, ambos propõem que o corpo possa não ser natural, mas sim um artefato de origem humana: um vestígio da antiga União Soviética.
Segundo os pesquisadores, a hipótese mais plausível é que o objeto seja o remanescente da sonda Zond 1, lançada pela União Soviética em abril de 1964, durante um período de intensa corrida espacial. Naquela época, o programa espacial soviético competia com os Estados Unidos para alcançar a Lua e explorar Marte e Vênus.
A Zond 1 foi uma das missões destinadas ao planeta Vênus, mas sofreu falhas durante o trajeto. Após o lançamento, a sonda precisou acionar seus propulsores para ajustar a rota, porém apresentou erros operacionais e falhas de comunicação quando o compartimento pressurizado começou a vazar. A perda total de pressão fez com que o contato fosse interrompido, e a missão acabou fracassando antes de alcançar o destino.
Os modelos desenvolvidos por Hibberd, que simulam trajetórias de missões interplanetárias da década de 1960, apontaram a Zond 1 como o candidato mais provável a corresponder ao enigmático objeto. De acordo com essas simulações, o corpo identificado como 2025 PN7 entrou em uma órbita de quase-satélite aproximadamente na mesma época do lançamento da sonda.
Além disso, sua maior aproximação de Vênus ocorreu em julho de 1964, data que coincidia com a chegada prevista da missão ao planeta. Outro dado relevante é que o deslocamento angular do objeto em relação ao Sol, conhecido como longitude heliocêntrica, evoluiu de maneira compatível com o percurso esperado da Zond 1 caso ela tivesse permanecido operacional. Tanto a sonda quanto o objeto compartilham ainda níveis semelhantes de brilho, o que reforça a correlação.
Hibberd e Loeb explicam que, para cada trajetória simulada, as posições e velocidades da espaçonave foram comparadas com as do objeto 2025 PN7, a fim de verificar se poderia haver associação entre ambos. Apesar da consistência temporal e orbital, a hipótese ainda carece de comprovação espectroscópica. Análises detalhadas do espectro de luz refletido pelo objeto poderão revelar sua composição superficial, permitindo distinguir se ele é feito de material tecnológico, como metal e ligas artificiais, ou se é composto por rocha, como os asteroides naturais.
Um dos desafios para confirmar essa hipótese é o fato de o objeto ter passado mais próximo do Sol do que seria esperado para a trajetória original da Zond 1, o que introduz incertezas sobre sua identificação. Mesmo assim, Loeb e Hibberd consideram importante tornar público o estudo, argumentando que, caso o 2025 PN7 não seja a própria sonda soviética, ele pode ao menos ser o estágio superior descartado do foguete que a lançou.
A investigação permanece aberta e levanta discussões sobre como artefatos espaciais antigos podem, décadas depois, ser confundidos com corpos naturais. Caso a hipótese se confirme, o Arjuna 2025 PN7 poderá ser não apenas uma curiosidade astronômica, mas um raro fragmento preservado da história da exploração espacial humana orbitando discretamente nas proximidades da Terra.
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