segunda-feira, outubro 27, 2025
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Interação dos microroganismos afeta na produção de calorias

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Nas profundezas do intestino humano habita um universo vibrante de microrganismos, cada um com uma função específica na digestão dos alimentos. Entre eles existe um tipo curioso que produz metano, um gás mais comumente associado a vacas e aterros sanitários do que a pessoas.

De acordo com uma nova pesquisa conduzida pela Universidade Estadual do Arizona (ASU), esse microrganismo produtor de metano pode influenciar a quantidade de calorias que o corpo absorve dos alimentos consumidos. O conjunto de microrganismos que vivem no trato digestivo é conhecido como microbioma intestinal, e embora todas as pessoas possuam um, alguns microbiomas produzem grandes volumes de metano enquanto outros quase não produzem.

Os resultados da pesquisa fornecem uma base importante para futuras investigações e aplicações médicas. Segundo o pesquisador Blake Dirks, os participantes do estudo eram relativamente saudáveis, mas seria interessante avaliar como pessoas com obesidade, diabetes ou outras condições reagem a esse tipo de dieta. O estudo não teve como objetivo promover perda de peso, mas alguns voluntários acabaram emagrecendo ligeiramente ao seguir a dieta rica em fibras.

Pesquisas futuras poderão explorar como os microrganismos produtores de metano influenciam o emagrecimento e o sucesso de programas alimentares personalizados. A diretora do Centro Biodesign para Saúde por Meio dos Microbiomas da ASU, Rosy Krajmalnik-Brown, destacou que o estudo mostra o quanto o microbioma é individual e que a mesma dieta pode gerar efeitos diferentes em cada pessoa, justamente porque alguns microbiomas produzem mais metano do que outros.

Os pesquisadores descobriram que as interações entre esses microrganismos podem afetar diretamente o metabolismo humano. Os participantes que produziam mais metano apresentaram níveis mais altos de ácidos graxos de cadeia curta, o que indica maior geração e absorção de energia no intestino. Para testar esses efeitos, cada participante seguiu duas dietas diferentes: uma composta por alimentos ultraprocessados e com pouca fibra e outra rica em fibras e alimentos integrais, ambas contendo as mesmas proporções de carboidratos, proteínas e gorduras.

O estudo, realizado em parceria com o Instituto de Pesquisa Translacional AdventHealth, utilizou uma instalação especializada onde cada participante passou seis dias em uma câmara metabólica, um quarto hermeticamente fechado e semelhante a um hotel, permitindo medições extremamente precisas do metabolismo e da liberação de metano. Diferente dos métodos tradicionais que dependem de um único teste respiratório, essa estrutura registrava continuamente o metano expelido tanto pela respiração quanto por outras vias, oferecendo um retrato mais detalhado da atividade microbiana.

A coautora Karen D. Corbin, pesquisadora associada do instituto, ressaltou que o trabalho só foi possível pela colaboração entre cientistas clínicos e ecologistas microbianos, pois a combinação das medições de energia e o conhecimento em ecologia microbiana da ASU possibilitaram inovações significativas. As análises de sangue e fezes revelaram quanta energia os participantes absorviam dos alimentos e quão ativos eram os microrganismos intestinais.

Quase todos absorveram menos calorias com a dieta rica em fibras do que com a dieta ultraprocessada, mas aqueles com maior produção de metano extraíram mais energia das fibras do que os que produziam menos.

Os resultados mostraram que pessoas com microbiomas que geram mais metano tendem a aproveitar melhor a energia de alimentos ricos em fibras, o que pode explicar por que uma mesma refeição oferece diferentes quantidades calóricas para indivíduos distintos.

Apesar disso, os pesquisadores reforçam que os alimentos ricos em fibras continuam sendo benéficos, já que as dietas ocidentais, ricas em processados, geram muito mais absorção calórica independentemente dos níveis de metano. Ainda assim, a quantidade de calorias absorvidas em dietas ricas em fibras varia conforme o quanto o intestino de cada pessoa produz esse gás.

Essas descobertas indicam que o metano intestinal pode se tornar um elemento essencial na nutrição personalizada, apontando para um futuro em que as dietas sejam moldadas de acordo com a atividade microbiana de cada indivíduo. Dirks explica que essas diferenças têm implicações diretas nas intervenções alimentares, mostrando que pessoas seguindo a mesma dieta podem reagir de maneiras distintas, em parte devido à composição de seu microbioma intestinal.

O estudo identificou os principais responsáveis por esse fenômeno: os microrganismos produtores de metano, conhecidos como metanogênicos, que parecem estar ligados a uma digestão mais eficiente e à maior absorção de energia.

O microbioma tem como uma de suas funções principais decompor alimentos que o corpo humano não consegue digerir sozinho. Os microrganismos fermentam fibras e as transformam em ácidos graxos de cadeia curta, uma importante fonte de energia. Durante esse processo, ocorre liberação de hidrogênio, e o excesso desse gás pode dificultar a fermentação.

É aí que entram os metanogênicos, que consomem o hidrogênio e, como subproduto, liberam metano, mantendo o equilíbrio químico da digestão. Eles são os únicos microrganismos no intestino humano capazes de produzir esse gás. “O corpo humano não gera metano por conta própria; apenas os microrganismos o fazem. Por isso, sugerimos que o metano pode funcionar como um biomarcador da eficiência microbiana na produção de ácidos graxos de cadeia curta”, conclui Krajmalnik-Brown.

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