Quais são os planetas mais jovens e antigos do nosso sistema solar

outubro 14, 2025

Cerca de 4,6 bilhões de anos atrás, uma nuvem celestial entrou em colapso, dando início à formação do nosso sistema solar. A partir desse processo, surgiu uma nebulosa com forte atração gravitacional, que impulsionou o nascimento do Sol. Depois disso, porém, os detalhes sobre quais planetas se formaram primeiro permanecem motivo de debate entre os cientistas.

Apesar dos avanços tecnológicos, como o estudo de materiais vindos do espaço, as missões lunares e as expedições robóticas em Marte, os astrônomos ainda não chegaram a um consenso sobre a ordem exata de nascimento dos planetas do sistema solar. Além do processo inicial de formação, existem diferentes teorias concorrentes que tentam explicar como e em que sequência esses corpos celestes surgiram.

A explicação mais amplamente aceita para a origem dos oito planetas é o processo de acreção, no qual pequenas partículas de gás e poeira colidem e se unem, ganhando massa e gravidade até formarem corpos maiores. Uma das principais teorias baseadas nessa ideia propõe que os planetas gigantes se formaram primeiro, em regiões mais distantes do Sol. À medida que cresceram, teriam migrado para órbitas mais externas, abrindo espaço para que os planetas rochosos e menores se formassem mais próximos da estrela, milhões de anos depois — um intervalo relativamente curto em termos astronômicos.

Essa linha de raciocínio se apoia no fato de que a formação de planetas gasosos exige a presença de grande quantidade de gás disponível. Se o processo não começar rapidamente, o gás se dissipa, tornando impossível o surgimento de gigantes como Júpiter e Saturno. Por isso, acredita-se que esses planetas tenham se formado antes dos demais.

Entretanto, outra hipótese, conhecida como modelo de instabilidade de fluxo, propõe um caminho diferente. Nesse cenário, os planetas poderiam acumular massa de forma mais espontânea e irregular, o que permitiria que os corpos rochosos, como a Terra, se formassem antes dos gigantes gasosos. Assim, quando o gás se esgotasse, o processo de formação simplesmente cessaria, deixando o restante do sistema em um estágio de crescimento mais caótico.

Mesmo assim, determinar a idade de um planeta não é uma tarefa simples. Cientistas ainda discutem qual abordagem é mais adequada: datar um planeta a partir de sua origem ou observar a idade de sua superfície. Essa última perspectiva considera que certas superfícies planetárias podem ser extremamente antigas, preservadas ao longo de bilhões de anos, enquanto outras são mais jovens e dinâmicas, moldadas por processos geológicos ativos, como a movimentação de placas tectônicas.

Um dos métodos mais utilizados para estimar a idade de uma superfície planetária é a contagem de crateras. Quanto mais crateras preservadas, mais antiga tende a ser a região. Nesse sentido, a Terra seria o planeta com a superfície mais jovem, devido à constante renovação causada por vulcanismo, erosão e tectonismo, seguida por Vênus e Marte.

Apesar dessas técnicas, as limitações atuais da datação planetária ainda impõem grandes margens de erro. Mesmo pequenas imprecisões podem significar milhões de anos de diferença em escalas cósmicas. Por isso, os pesquisadores continuam reunindo dados e amostras para construir uma linha temporal mais precisa da formação planetária. O retorno de materiais de outros corpos celestes, como Marte, poderá um dia fornecer respostas mais concretas sobre como (e em que ordem) os mundos do nosso sistema solar nasceram.

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