Um subproduto pegajoso e tóxico que há muito tempo representa um problema para a produção de energia renovável pode em breve se tornar um recurso valioso. Quando biomassa, como restos de colheita, madeira ou outros materiais orgânicos, é aquecida para gerar energia limpa e biochar, também é produzido um líquido espesso conhecido como bioalcatrão.
Esse material tem a capacidade de obstruir tubulações, danificar equipamentos e causar riscos ambientais quando liberado na atmosfera, o que levou cientistas, durante décadas, a buscar formas de eliminá-lo ou neutralizá-lo.
Agora, uma equipe liderada por pesquisadores da Academia Chinesa de Ciências Agrícolas defende que, em vez de ser tratado como resíduo, o bioalcatrão pode ser convertido em biocarbono, um material inovador com aplicações que vão desde a purificação de água até o armazenamento de energia limpa.
O estudo ressalta que transformar bioalcatrão em biocarbono não apenas resolve um problema técnico da indústria de bioenergia, como também abre caminho para a produção de materiais avançados de carbono com alto valor econômico. A pesquisa explica que as reações químicas que ocorrem dentro do bioalcatrão, especialmente as que envolvem compostos ricos em oxigênio como carbonilas e furanos, naturalmente promovem a polimerização, um processo em que moléculas menores se ligam para formar estruturas de carbono maiores e mais estáveis.
Ajustando cuidadosamente fatores como temperatura, tempo de reação e aditivos, os cientistas podem controlar esse processo para criar biocarbono com propriedades específicas. O material resultante, segundo os autores, é diferente do biochar comum, pois apresenta maior teor de carbono, menor quantidade de cinzas e características estruturais únicas que o tornam adequado para usos avançados.
Estudos preliminares indicam que o biocarbono pode atuar como adsorvente para limpar água e ar poluídos ao reter metais pesados e contaminantes orgânicos, servir como material para eletrodos em supercapacitores de nova geração, fundamentais para o armazenamento de energia renovável, funcionar como catalisador que acelera reações químicas industriais de forma mais sustentável do que opções baseadas em combustíveis fósseis e ainda ser utilizado como combustível de queima limpa, emitindo menos óxidos de nitrogênio e enxofre.
Avaliações recentes de viabilidade econômica e de ciclo de vida apontam que converter bioalcatrão em biocarbono pode trazer benefícios líquidos positivos em termos energéticos, financeiros e ambientais. Como exemplo, a substituição do carvão por combustíveis de biocarbono poderia reduzir a emissão de dióxido de carbono em centenas de milhões de toneladas por ano, além de gerar lucros para as usinas de processamento de biomassa. No entanto, ainda existem desafios. A complexidade química do bioalcatrão dificulta o controle completo do processo de polimerização e a produção em larga escala ainda não foi alcançada.
Os autores recomendam que experimentos de laboratório sejam combinados com simulações computacionais e técnicas de aprendizado de máquina para otimizar as reações e projetar biocarbonos com funções específicas.
Segundo os pesquisadores, a polimerização do bioalcatrão não deve ser vista apenas como um tratamento de resíduos, mas como uma nova fronteira na criação de materiais de carbono sustentáveis que, com mais pesquisas, podem aumentar a eficiência dos sistemas de bioenergia e fornecer novas ferramentas para a proteção ambiental e o avanço de tecnologias limpas.
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