Houve muita discussão negativa em torno dos alimentos ultraprocessados ao longo do ano, o que tem levado muitas pessoas a pensar duas vezes antes de colocar doces e outros produtos semelhantes no carrinho do supermercado. Isso faz sentido, já que os ultraprocessados vêm sendo cada vez mais associados a problemas de saúde, e novas pesquisas reforçam esses riscos.
Um estudo recente mostrou que o consumo desses alimentos está ligado a níveis mais altos de inflamação no organismo. Considerando que os ultraprocessados representam cerca de 70% da oferta alimentar atual e que a inflamação está relacionada a complicações graves como doenças cardíacas e câncer, os resultados chamam a atenção.
Os pesquisadores observaram que os participantes consumiam, em média, 35% das calorias diárias a partir de alimentos ultraprocessados. O grupo que menos consumia recebia de 0 a 19% das calorias diárias desses alimentos, enquanto o grupo de maior consumo chegava a até 79% das calorias.
Após analisar os dados, verificou-se que aqueles que ingeriam a maior quantidade de ultraprocessados tinham 11% mais chances de apresentar níveis elevados de proteína C-reativa ultrassensível, um marcador de inflamação associado também a doenças cardiovasculares. O risco era ainda mais elevado entre os que consumiam quantidades intermediárias de ultraprocessados, correspondendo a 40 a 59% das calorias diárias: neste grupo, a probabilidade de apresentar esse marcador aumentado foi 14% maior.
A idade também influenciou os resultados. Adultos entre 50 e 59 anos apresentaram 26% mais risco de ter marcadores inflamatórios do que pessoas de 18 a 29 anos. Já indivíduos com obesidade mostraram 80% mais risco em comparação com aqueles de menor peso corporal. Para os pesquisadores, as descobertas têm implicações relevantes para a prática clínica, para a saúde pública e para novos estudos.
Mas afinal, o que são os ultraprocessados? A classificação mais utilizada é a escala NOVA, que organiza os alimentos de acordo com o grau de processamento. Os alimentos in natura ou minimamente processados são consumidos em seu estado natural ou com pouquíssimas alterações, como frutas, verduras, leite ou ovos.
Os ingredientes processados de uso culinário passam por transformações simples, como moagem, prensagem ou refino, exemplos disso são a farinha e o azeite de oliva. Os alimentos processados já apresentam adição de açúcar, óleo, sal ou outras substâncias, como acontece com queijos e atum enlatado.
Por fim, os ultraprocessados são aqueles que recebem aditivos artificiais de cor, sabor, conservantes e estabilizantes de textura, geralmente encontrados em produtos embalados e prontos para consumo.
A ligação dos ultraprocessados com a inflamação pode ser explicada de várias formas. Esses alimentos contêm substâncias e compostos químicos não encontrados naturalmente nos alimentos, que podem alterar a microbiota intestinal e estimular a liberação de mediadores inflamatórios, enfraquecendo a resposta imunológica e promovendo ainda mais inflamação.
Além disso, costumam ser ricos em açúcares e sal, que favorecem processos inflamatórios e aumentam o risco de doenças como diabetes e problemas cardíacos. Outro fator é que, em geral, esses alimentos são pobres em nutrientes importantes como proteínas, fibras e gorduras saudáveis, e carregados de carboidratos refinados, o que desestabiliza os níveis de glicose no sangue e contribui para respostas inflamatórias. Por último, eles prejudicam a saúde intestinal, reduzindo bactérias benéficas e favorecendo o crescimento das prejudiciais, o que pode disparar respostas imunes associadas à inflamação, lembrando que boa parte do sistema imunológico está localizado no intestino.
Evitar totalmente os ultraprocessados é difícil, mas especialistas recomendam que seu consumo seja reduzido ao máximo. O ideal é priorizar alimentos menos processados, especialmente frutas, verduras, legumes, grãos integrais, leguminosas e laticínios com baixo teor de gordura, deixando os ultraprocessados como uma pequena parte da dieta, de acordo com as necessidades calóricas e o nível de atividade física de cada pessoa.
A ideia central é preencher o prato com alimentos frescos e nutritivos, de modo que os ultraprocessados ocupem um espaço cada vez menor. Quanto mais real for a alimentação, melhor para a saúde a longo prazo.
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