O mês de agosto apresentou contrastes expressivos no Paraná, com volumes de chuva e temperaturas variando de forma significativa entre as regiões, segundo levantamento do Monitor de Secas da Agência Nacional de Águas e Saneamento Básico (ANA). No Oeste e no Noroeste, onde a precipitação foi mais intensa, o quadro de estiagem recuou. Já no Norte e na Região Metropolitana de Curitiba, a situação se agravou, com índices abaixo da média histórica.
O relatório, divulgado nesta semana, foi elaborado em parceria com instituições de pesquisa, entre elas o Simepar. O mapa de agosto mostrou evolução da seca de moderada para grave em áreas do Norte que fazem divisa com São Paulo. Na Região Metropolitana, a condição passou de fraca para moderada, alcançando até o setor norte do Litoral.
A falta de chuvas regulares explica o agravamento do cenário. Em Cambará, por exemplo, o pluviômetro do Simepar não registrou nem 1 mm durante todo agosto. A última precipitação significativa ocorreu em 28 de julho, quando foram acumulados 16,2 mm.
Em Jaguariaíva, a média histórica para agosto é de 74,2 mm, mas o total não passou de 3,8 mm, o menor índice dos últimos 12 anos. Já em Telêmaco Borba, onde a normal climatológica é de 80,5 mm, a chuva atingiu apenas 4 mm, configurando o menor volume em 25 anos.
Na capital paranaense, o acumulado ficou em 39,4 mm, quase metade da média de 82,6 mm esperada para o mês. Técnicos alertam que, se o déficit hídrico persistir até a primavera, reservatórios de abastecimento podem ser pressionados e o risco de racionamento aumenta.
MELHORA – Das 50 estações meteorológicas do Simepar, levando em consideração as que possuem mais de oito anos de medição, apenas 19 ultrapassaram a média de acumulado de chuva referente ao mês de agosto. Entre elas, o destaque fica para Pinhão, onde choveu 113,5 mm acima da média; e Santa Helena, onde choveu 111,8 mm a mais do que a média histórica.
A melhora nos indicadores de chuva fez a seca fraca recuar no Oeste e a seca moderada amenizar no Noroeste do Paraná. De acordo com a ANA, os impactos dos indicadores de seca são de curto e longo prazo no Centro-Norte, ou seja, podem prejudicar a agricultura e o abastecimento de água; e de curto prazo nas demais áreas, prejudicando apenas a agricultura.
O mapa de agosto do Monitor de Secas registra uma área de seca extrema no Nordeste brasileiro. Há áreas menores de seca grave no Nordeste, no Norte, em São Paulo, Minas Gerais e no Acre, além do Paraná. Já a seca moderada, que também está em algumas regiões paranaenses, foi registrada em Santa Catarina, Norte do Rio Grande do Sul, São Paulo, Minas Gerais, Espírito Santo, Goiás, Nordeste e também no Acre e Amazônia.
A seca fraca está espalhada em uma área mais extensa no Norte do país, em pequenas áreas do Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste, além do Paraná, toda a metade oeste de Santa Catarina e uma pequena área ao norte do Rio Grande do Sul.
Os estados com menos áreas de seca são o Rio Grande do Sul, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, Pará, Amapá e Roraima.
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