sexta-feira, novembro 7, 2025
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Cientistas estão próximos de criar um super antídoto para salvar vidas

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Desde tempos imemoriais, inclusive em mitos religiosos de criação do mundo, as cobras têm sido vistas de forma negativa. Na realidade, esses répteis rastejantes são criaturas extraordinárias. Elas conseguem sentir cheiros utilizando a língua, podem ouvir sem possuir orelhas externas e estão presentes em quase todas as regiões do planeta.

Das cerca de quatro mil espécies conhecidas, aproximadamente seiscentas são consideradas peçonhentas, e, embora algumas emitam avisos antes de atacar, como o som característico do chocalho das cascavéis, ainda assim fazem parte de um dos grupos mais perigosos de animais existentes na Terra.

Felizmente, graças aos avanços da ciência, esse medo profundo pode um dia tornar-se coisa do passado. Pesquisadores vêm se aproximando cada vez mais do desenvolvimento de um antídoto de amplo espectro capaz de tratar diferentes envenenamentos provocados por algumas das serpentes mais letais do mundo.

A tentativa mais recente veio de uma equipe internacional liderada por cientistas da Universidade Técnica da Dinamarca (DTU), que publicou um artigo descrevendo como um coquetel de nanocorpos, derivado de alpacas e lhamas, foi capaz de neutralizar doses letais de veneno em camundongos para 17 das 18 espécies de cobras testadas.

Normalmente, o antiveneno é produzido com o uso de grandes animais, como cavalos, devido à sua alta massa corporal. Nesses casos, o organismo do animal é induzido a desenvolver uma resposta imunológica que gera anticorpos eficazes para o tratamento de picadas.

Um exemplo notável é o de um homem que voluntariamente permitiu que cobras o mordessem ao longo de mais de 20 anos, tornando seu sangue objeto de interesse científico.

Segundo Andreas Hougaard Laustsen-Kiel, coautor do estudo e pesquisador da DTU, o sangue dos cavalos é levemente purificado e administrado em pessoas picadas por cobras venenosas.

Embora o antiveneno funcione, pode causar efeitos colaterais prejudiciais semelhantes aos de uma transfusão de sangue entre espécies diferentes, além de apresentar variações de qualidade, já que diferentes cavalos são utilizados em cada produção.

Para contornar essas limitações, Laustsen-Kiel e sua equipe recorreram aos camelídeos, especificamente alpacas e lhamas, que possuem um tipo especial de molécula presente em seus anticorpos, conhecida como “nanocorpo”, menor e mais estável que os anticorpos tradicionais.

Os pesquisadores injetaram 18 tipos de veneno não letais provenientes de cobras africanas extremamente perigosas, como a mamba-negra, a cobra cuspidora da Núbia e a cobra-do-cabo. As doses começaram baixas e foram gradualmente aumentadas ao longo de 60 semanas, resultando na produção dos nanocorpos capazes de neutralizar os efeitos letais dos venenos.

Esse método permite selecionar e copiar fragmentos de anticorpos eficazes e posteriormente produzi-los em grande escala com qualidade consistente. Isso representa um avanço significativo, pois possibilita a fabricação de antivenenos em grandes quantidades sem perda de eficiência.

Além disso, os nanocorpos oferecem vantagens importantes: são mais estáveis, o que torna o processo mais econômico; têm tamanho reduzido, o que facilita sua penetração profunda nos tecidos; e são capazes de neutralizar uma variedade de toxinas, tanto neurotóxicas quanto citotóxicas, comuns em serpentes que habitam diferentes regiões do continente africano. Esse tipo de antiveneno é urgentemente necessário na África Subsaariana, onde ocorrem cerca de trezentas mil picadas de cobra todos os anos.

Todas as cobras testadas neste estudo pertencem ao grupo dos elapídeos, mas as víboras, conhecidas como viperídeos, também representam um perigo extremo, e Laustsen-Kiel acredita que a mesma técnica poderá ser adaptada para produzir antídotos eficazes contra os venenos dessas espécies. É possível que, no futuro, os tratamentos contra elapídeos e viperídeos sejam combinados em um verdadeiro antiveneno universal.

Ainda será prudente manter uma distância segura de qualquer serpente com presas à mostra, mas, com a ajuda da ciência, talvez a humanidade consiga um dia substituir o medo pela admiração ao se deparar com esses animais fascinantes.

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