Se há uma palavra capaz de evocar imediatamente imagens de mistério, perigo e força natural, essa palavra é “iceberg”. Essas gigantescas massas de gelo, muitas vezes maiores que arranha-céus, flutuam silenciosamente por águas geladas e lembram, em toda sua imponência, o poder bruto da natureza. De suas profundezas ocultas às cores deslumbrantes, os icebergs fascinam não apenas por sua beleza, mas também pelo que revelam sobre o planeta. Muito além do imaginário popular associado ao Titanic, essas formações são verdadeiros arquivos naturais de história e ciência.
Pesquisas extensas mostram que os icebergs não são simples blocos de gelo à deriva. Eles carregam registros antigos, abrigam ecossistemas e fornecem informações valiosas sobre o passado climático da Terra. Cientistas descobriram que muitos deles contêm bolhas de ar aprisionadas há dezenas de milhares de anos, permitindo compreender como era a atmosfera do planeta naquela época. Além disso, o comportamento e os deslocamentos dos icebergs ajudam a mapear as correntes oceânicas e servem como laboratórios naturais para estudar os efeitos das mudanças climáticas.
Embora muitas pessoas associem os icebergs apenas ao perigo, por causa de tragédias marítimas históricas, eles também representam a força e a beleza da Terra. Cada um é um fragmento congelado de tempo, com uma história própria que merece ser desvendada.
Cerca de 90% da massa de um iceberg fica submersa, o que explica a expressão “a ponta do iceberg”. Essa proporção é resultado da diferença de densidade entre o gelo e a água do mar, que permite que apenas uma pequena fração permaneça visível. O que está abaixo da superfície, porém, é imenso e traiçoeiro: mesmo os menores podem atingir centenas de metros de profundidade, representando risco significativo à navegação.
Alguns icebergs atingem dimensões tão colossais que poderiam superar cidades inteiras em extensão. O maior já registrado, denominado B-15, se desprendeu da Antártida no ano 2000 e cobria cerca de 10.880 quilômetros quadrados, uma área comparável à do estado americano de Connecticut. Por seu tamanho descomunal, pôde ser monitorado por satélites durante anos. Essas formações podem levar décadas para derreter completamente, percorrendo milhares de quilômetros até se fragmentarem em blocos menores ao longo do caminho.
Apesar de estarem imersos em oceanos salgados, os icebergs são formados quase inteiramente por água doce. Eles se originam quando grandes massas de gelo de geleiras ou plataformas se desprendem, carregando neve e gelo compactados ao longo de séculos. Essa pureza já inspirou projetos que propõem rebocar icebergs para regiões afetadas pela seca, a fim de aproveitar sua água. No entanto, as dificuldades logísticas e os riscos ambientais tornam a ideia impraticável por enquanto.
Os icebergs também exibem uma variedade surpreendente de cores. Embora o branco seja o mais comum, há exemplares azulados, esverdeados e até listrados. O tom azul surge quando o gelo é muito denso e absorve os comprimentos de onda mais longos da luz, refletindo apenas os mais curtos. Já os tons de verde podem resultar da presença de algas ou minerais aprisionados. Essas variações de cor fazem de cada iceberg uma peça única da natureza, e seu estudo ajuda a entender sua formação e composição.
O gelo que os compõe é antigo. Muitos icebergs são formados por camadas de neve comprimidas ao longo de dezenas de milhares de anos, contendo pequenas bolhas de ar que preservam amostras da atmosfera terrestre daquele período. Ao analisar essas bolhas, os cientistas conseguem reconstituir padrões climáticos e níveis de gases de efeito estufa, fornecendo pistas cruciais sobre a evolução ambiental do planeta.
Há um ponto específico no Atlântico Norte, ao largo da costa de Newfoundland, no Canadá, conhecido como Iceberg Alley — o Corredor dos Icebergs. Todos os anos, centenas deles se desprendem da Groenlândia e derivam até essa região, criando um espetáculo natural que atrai turistas e estudiosos. Contudo, essa concentração de gelo também representa perigo para a navegação, pois as correntes e os ventos podem deslocar os blocos de forma imprevisível.
Em alguns casos, os icebergs se viram completamente, revelando a base que antes ficava submersa. Essa inversão ocorre quando o derretimento altera o equilíbrio de massa. O resultado é um espetáculo visual impressionante, com novas cores e texturas expostas. Mas o fenômeno pode gerar ondas e instabilidade, tornando essas formações ainda mais perigosas para embarcações próximas.
Os icebergs do Ártico e da Antártida diferem em forma e origem. No Ártico, eles costumam ser menores e de contornos irregulares, formados pelo desprendimento de geleiras menores. Já na Antártida, as formações tendem a ser muito maiores e de topo plano, conhecidas como icebergs tabulares, pois se originam de imensas plataformas de gelo. Alguns chegam a ter quilômetros de comprimento.
Essas massas geladas se movem guiadas por correntes oceânicas, ventos e marés. Em muitos casos, percorrem milhares de quilômetros desde o ponto em que se desprenderam, o que permite aos cientistas estudar as rotas marítimas e os sistemas climáticos do planeta. Seu deslocamento é monitorado constantemente para prevenir acidentes com navios.
Enquanto derretem, os icebergs liberam bolhas de ar que produzem um som característico, semelhante a um estalo ou efervescência, conhecido como “bergy seltzer”. Esse ruído revela informações sobre a taxa de derretimento e o comportamento do gelo submerso, tornando-se objeto de estudo na acústica marinha.
A chamada “temporada dos icebergs” ocorre principalmente entre a primavera e o início do verão, quando o aumento das temperaturas provoca o desprendimento de novas massas de gelo. Esse período é marcado tanto por um espetáculo visual quanto por desafios à navegação.
Alguns icebergs, ao derreterem, formam túneis e cavidades internas que podem se estender por metros de profundidade, criando formações ocas e instáveis. Esses labirintos de gelo atraem fotógrafos e aventureiros, mas o risco de colapso é constante.
O iceberg que colidiu com o Titanic em 1912 provavelmente levou séculos para se formar. Ele começou como parte de uma geleira e se desprendeu muito antes de atingir o Atlântico Norte. Embora seu tamanho exato seja desconhecido, sua trajetória fatal o transformou em um símbolo eterno da vulnerabilidade humana diante das forças naturais.
Após o desastre, foi criada a Patrulha Internacional do Gelo (International Ice Patrol), uma força multinacional encarregada de monitorar e relatar a localização de icebergs no Atlântico Norte. Com o uso de radares, satélites e aeronaves, essa operação reduziu drasticamente os riscos de colisões. Mais de um século depois, a patrulha permanece ativa e essencial para garantir a segurança da navegação em águas geladas.
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