segunda-feira, novembro 3, 2025
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Descoberta nova espécie de bactéria no Ártico

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Quando se trata dos gases mais importantes da Terra, o oxigênio é o principal, pois é a molécula essencial para a respiração da maioria dos seres vivos do planeta. No entanto, a atmosfera terrestre não é composta apenas de oxigênio, e isso é bom, pois, se fosse, o planeta entraria em combustão espontânea. Na verdade, cerca de 78% da atmosfera é formada por nitrogênio. Esse gás é inerte, o que significa que não reage facilmente com outras substâncias, e precisa de organismos especiais, conhecidos como fixadores de nitrogênio ou diazotróficos, para ser transformado em formas utilizáveis pelos seres vivos, como a amônia ou o íon amônio. Em terra firme, plantas e bactérias realizam esse processo, enquanto nos oceanos essa função é desempenhada principalmente pelas cianobactérias.

Essa transformação é fundamental, pois esses organismos formam a base da cadeia alimentar marinha: seus subprodutos alimentam as algas, que são a principal fonte de alimento para a vida nos oceanos. Durante décadas, os cientistas acreditaram que a fixação de nitrogênio ocorria apenas em águas mais quentes, mas descobertas recentes mostraram evidências desse processo também no Oceano Ártico. Agora, uma nova pesquisa da Universidade de Copenhague foi ainda mais longe e confirmou que a fixação de nitrogênio pode acontecer sob o gelo marinho, algo que antes era considerado impossível.

“Até agora acreditava-se que a fixação de nitrogênio não poderia ocorrer sob o gelo do mar, porque se pensava que as condições de vida para os organismos responsáveis por esse processo eram muito desfavoráveis”, afirmou Lisa von Friesen em um comunicado à imprensa. “Estávamos enganados.”

Essa suposição baseava-se na ideia de que o oxigênio atrapalha a ação da nitrogenase, a enzima central do processo de fixação. Em águas mais quentes, como as tropicais e subtropicais, a solubilidade do oxigênio é menor, o que significa que há menos oxigênio dissolvido na água, facilitando a atuação dessa enzima. Por essa razão, acreditava-se que a fixação de nitrogênio no Ártico fosse inviável. No entanto, um estudo de 2017 encontrou sinais claros do processo, e em 2019 a mesma equipe identificou a espécie exata de cianobactéria unicelular simbiótica responsável por essa façanha.

O novo estudo, que se concentrou ainda mais ao norte, no Oceano Ártico central, revelou outro tipo de organismo capaz de realizar esse trabalho de produção de amônia: um microrganismo chamado, de forma pouco inspiradora, de diazotrófico não cianobacteriano (NCD). As taxas mais altas de fixação foram observadas próximas às bordas do gelo marinho em retração, causada pelo aquecimento global, e a equipe confirmou que o processo também ocorre sob o gelo. Essa descoberta muda completamente a compreensão sobre a vida marinha do Ártico em um planeta em aquecimento.

“Em outras palavras, a quantidade de nitrogênio disponível no Oceano Ártico provavelmente tem sido subestimada, tanto atualmente quanto nas projeções futuras”, explicou von Friesen. “Isso pode significar que o potencial de produção de algas também foi subestimado, à medida que as mudanças climáticas continuam a reduzir a cobertura de gelo marinho.”

Como as algas são vitais para a cadeia alimentar, servindo de alimento para crustáceos planctônicos que, por sua vez, alimentam peixes menores, essa nova fonte de fixação de nitrogênio é essencial para a manutenção da vida marinha nas próximas décadas. Além disso, há outro benefício potencial: as algas absorvem dióxido de carbono da atmosfera, de modo que essa recém-descoberta fonte de nitrogênio pode aumentar a capacidade dos oceanos de armazenar carbono, contribuindo para o equilíbrio climático global.

“Ainda não sabemos se o efeito líquido será benéfico para o clima”, afirmou Lasse Riemann, coautor do estudo da Universidade de Copenhague, observando que as condições dinâmicas do oceano tornam difícil prever os resultados futuros. “Mas é certo que devemos incluir um processo tão importante quanto a fixação de nitrogênio nas análises que buscam antecipar o que acontecerá com o Oceano Ártico nas próximas décadas, à medida que o gelo marinho diminui.”

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