A cana-de-açúcar não é apenas a cultura mais doce do mundo, mas também o alimento mais produzido em volume globalmente. No entanto, nem toda essa produção tem como destino o açúcar usado em cafés e biscoitos.
A cana é matéria-prima para diversos produtos, incluindo papel, álcool, biocombustível, ração animal e até fertilizantes. Trata-se de uma planta extremamente versátil. O Brasil, maior produtor de cana-de-açúcar, produz cerca de 863 milhões de toneladas por ano, enquanto a Índia e a China vêm logo atrás, com aproximadamente 541 milhões e 115 milhões de toneladas, respectivamente.
Embora a cana-de-açúcar tenha se originado nas ilhas do Pacífico Sul, as rotas de comércio a espalharam pelo mundo, encontrando no Brasil um terreno fértil durante o período colonial. O clima tropical brasileiro, caracterizado por abundância de sol e chuvas regulares, revelou-se ideal para o cultivo.
Somando-se a isso o uso de técnicas agrícolas modernas e a riqueza natural do território, o sucesso da produção brasileira de cana-de-açúcar era inevitável. Hoje, ela não é apenas uma das principais culturas do país, mas também um dos pilares de sua economia.
O Brasil não lidera apenas a produção mundial de cana-de-açúcar, mas também as exportações de açúcar. Foram exportados, em 2024, o equivalente a 18,83 bilhões de dólares em açúcar, o que representa cerca de 40% das exportações globais do produto.
Aproximadamente 70% do açúcar produzido no país é exportado, enquanto 30% permanece no mercado interno, abastecendo as indústrias locais e o consumo doméstico. Entre os principais destinos estão a China e o Sudeste Asiático, que juntos absorvem cerca de 28% das exportações, seguidos pelo Oriente Médio e Norte da África, com 25%, segundo a Associação Brasileira dos Exportadores de Açúcar.
A cana-de-açúcar tem usos diversos. O suco extraído de seus colmos é transformado em diferentes tipos de açúcar, como o açúcar demerara (ou mascavo) e o açúcar refinado. O açúcar de cana se diferencia do açúcar granulado comum por ser menos processado e apresentar cristais maiores e de coloração dourada, enquanto o açúcar granulado pode ser obtido tanto da cana quanto da beterraba, embora cerca de 80% da produção mundial ainda tenha origem na cana. Entre os tipos mais conhecidos estão o açúcar branco, o mascavo, o turbinado, o de confeiteiro (ou impalpável) e o muscovado.
Além das versões cruas e refinadas do açúcar, o Brasil também exporta colmos de cana, semelhantes aos utilizados em drinques tropicais, como o mojito. No entanto, as exportações brasileiras não se limitam ao uso culinário.
O país é também o maior produtor e exportador mundial de etanol derivado da cana-de-açúcar, obtido a partir da fermentação e destilação dos açúcares naturais presentes na planta. Esse etanol é usado tanto na produção de bebidas alcoólicas quanto como biocombustível, contribuindo significativamente para o desenvolvimento de uma matriz energética mais sustentável e consolidando o papel do Brasil como referência mundial em energia renovável.
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