sexta-feira, outubro 17, 2025
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Cientistas identificam anomalia no campo magnético da Terra

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Acredita-se que o campo magnético da Terra esteja apresentando comportamentos anômalos há pelo menos 8 milhões de anos, podendo chegar a 11 milhões, embora o fenômeno tenha sido descoberto há menos de 200 anos. A dúvida que intriga os cientistas é porque o campo continua enfraquecendo em algumas áreas e se fortalecendo em outras.

O ponto mais instável é conhecido como Anomalia do Atlântico Sul (AAS), uma região de fraqueza incomum no campo magnético terrestre, responsável por proteger o planeta contra a radiação solar e cósmica, evitando que a Terra seja exposta a níveis perigosos de energia, como ocorreu em Marte. Essa anomalia permite que partículas carregadas do vento solar se aproximem perigosamente da superfície terrestre.

A radiação resultante pode gerar sérios problemas para satélites, interferindo em computadores e outros equipamentos sensíveis, atrapalhando a coleta de dados e até provocando falhas completas nos sistemas. Por enquanto, o fenômeno não afeta o funcionamento da internet em solo, mas especialistas alertam que isso pode mudar no futuro.

A origem da AAS está no núcleo externo da Terra, composto por metais fundidos, onde se forma o campo magnético. Essa região é chamada de geodínamo e consiste em uma camada de ferro líquido em constante movimento, com pequenas quantidades de níquel e silício. O movimento desse material gera correntes elétricas que produzem o campo magnético.

Embora o campo magnético terrestre seja geralmente bem alinhado em todo o planeta, ele não é completamente uniforme, e processos dinâmicos provocam flutuações. A AAS é resultado de uma dessas flutuações e vem se expandindo da América do Sul em direção ao continente africano, ampliando a área de menor intensidade magnética.

Desde 2014, a Agência Espacial Europeia (ESA) monitora a AAS por meio de três satélites da missão Swarm, lançados no final de 2013 dentro do programa Earth Observation FutureEO. Esses satélites mapeiam a estrutura da anomalia e acompanham suas mudanças ao longo do tempo.

Os dados revelam que a AAS continua se expandindo e que a região próxima à África está perdendo intensidade magnética mais rapidamente do que a parte localizada sobre a América do Sul. Esse comportamento está relacionado a irregularidades conhecidas como “manchas de fluxo reverso”, áreas nas quais o campo magnético inverte sua direção.

Essas inversões ocorrem na fronteira entre o núcleo e o manto terrestre, e o deslocamento e a variação de intensidade dessas manchas determinam a evolução e o movimento da AAS.

O professor Chris Finlay, especialista em geomagnetismo na Universidade Técnica da Dinamarca, acompanha a evolução da AAS desde o início das observações feitas pela missão Swarm. Ele e sua equipe realizaram um estudo detalhado das alterações detectadas pelos satélites Alpha, Bravo e Charlie ao longo de 11 anos.

Os resultados mostram que os pontos de mínima intensidade do campo magnético se estendem da Patagônia até a costa oeste da África, no hemisfério sul, onde as linhas magnéticas estão recuando em direção ao núcleo, em vez de se projetarem para fora. Por outro lado, há regiões de máxima intensidade magnética no Canadá e na Sibéria, no hemisfério norte, e também ao sul da Austrália, no hemisfério sul.

Essa assimetria entre os hemisférios fornece pistas importantes sobre o funcionamento do geodínamo, responsável por gerar e manter o campo magnético terrestre. Segundo Finlay, as variações na intensidade relativa dos máximos magnéticos do hemisfério norte são de grande interesse científico, pois ajudam a compreender os processos internos do planeta.

Mesmo com o enfraquecimento da AAS, a área de campo magnético intenso sobre a Sibéria cresceu tanto que adicionou uma superfície quase equivalente à da Groenlândia, o que compensa parcialmente a diminuição da região de campo forte no Canadá, que encolheu, mas ainda persiste.

Essa mudança é atribuída ao deslocamento recente do polo magnético norte, que está migrando do Canadá em direção à Sibéria. Um campo magnético mais forte pode ter efeitos positivos na navegação, tornando bússolas e sistemas de GPS mais precisos.

Os cientistas da ESA acreditam que a missão Swarm será capaz de oferecer informações ainda mais detalhadas sobre esse fenômeno à medida que o Sol se aproxima de um novo mínimo solar, período em que sua atividade diminui e há menos partículas carregadas interagindo com o campo magnético terrestre, o que facilitará medições mais precisas.

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