Calote no salário é cobrado com a vida

outubro 17, 2025

Juliano Falção e Gilmar Cremona (Foto: rede social)

O empresário Gilmar Cremona, de 47 anos, foi encontrado morto em sua residência no bairro Itália, em São José dos Pinhais, na manhã de quarta-feira (15). O ex-funcionário Juliano Falcão Struz, de 34 anos, confessou o homicídio e foi detido em flagrante pela Polícia Civil. O caso teria sido motivado por uma cobrança de salários atrasados.

De acordo com o delegado Fábio Machado, responsável pelo inquérito, vítima e suspeito mantinham uma relação de convivência que extrapolava o ambiente de trabalho. No dia do crime, ambos discutiram em um bar, após Juliano Falcão cobrar valores pendentes. Durante o desentendimento, Gilmar Cremona teria feito ameaças, levando o ex-funcionário a ir até a casa dele mais tarde, onde o ataque ocorreu.

Imagens obtidas por câmeras de segurança mostram Juliano Falção chegando à residência às 22h55 e saindo cerca de 20 minutos depois. Conforme as investigações, o agressor desferiu golpes de faca enquanto o empresário estava deitado, causando ferimentos fatais. O corpo foi encontrado pelos familiares, com uma garrafa de cerveja na mão.

Após o crime, o autor retornou para casa, destruiu a blusa usada e descartou a arma branca. Ao perceber que estava sendo procurado, apresentou-se na delegacia e relatou os fatos. Ele foi autuado por homicídio qualificado, com base em motivo torpe e impossibilidade de defesa da vítima.

O velório e o sepultamento de Gilmar Cremona ocorreram na quinta-feira (16), em São José dos Pinhais.

A defesa de Juliano, representada pelos advogados Caio Percival e Vinicius Rodrigues, reconheceu a confissão, mas destacou que o episódio precisa ser analisado de forma técnica e equilibrada. Segundo eles, o investigado era submetido a condições trabalhistas irregulares e vinha sendo ameaçado pelo empresário, que teria mencionado o envio de um “capanga” para resolver a dívida.

Os advogados afirmam que Juliano Falcão agiu em um momento de medo e desespero, após sucessivas intimidações. O caso segue sob apuração da Polícia Civil, que busca reunir provas sobre as circunstâncias e motivação do assassinato.

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