O que faz o corpo humano ter essa reação? Os arrepios, cientificamente chamados de piloereção, são uma resposta fisiológica antiga e herdada de nossos ancestrais mamíferos.
Em muitos animais, eles têm funções importantes: ajudam a manter o calor, prendendo uma camada de ar junto à pele, e também servem para parecerem maiores diante de predadores. No caso dos seres humanos, no entanto, a piloereção pode ser causada não apenas pelo frio, mas também por emoções intensas como medo, surpresa, admiração ou até prazer estético, resultado da interação complexa entre diferentes tipos de células da pele.
A origem do fenômeno está nos músculos minúsculos chamados músculos eretores dos pelos, que ficam conectados aos folículos pilosos sob a superfície da pele. Quando o sistema nervoso autônomo, responsável por reações involuntárias do corpo, envia um sinal para esses músculos, eles se contraem e fazem com que os pelos se levantem, formando os pequenos calombos conhecidos como arrepios.
Esse sistema também é responsável por outras reações automáticas, como a aceleração do coração, o suor e o dilatar das pupilas diante de situações de perigo. Ele atua por meio da liberação de substâncias químicas, como a epinefrina, também conhecida como adrenalina, que preparam o corpo para reagir a ameaças ou mudanças ambientais.
O cérebro interpreta uma cena assustadora de um filme de terror ou uma música emocionante da mesma forma que um perigo real, ativando a mesma cascata de reações.
O pesquisador independente Jonathon McPhetres, que estudou a piloereção na Universidade de Durham, afirma que os seres humanos sentem arrepios com muito mais frequência do que percebem, pois nem sempre estão atentos às pequenas respostas do próprio corpo. Ele explica que o sistema nervoso reage não apenas ao frio, mas também a estímulos emocionais intensos, como uma lembrança súbita, um déjà vu ou uma melodia poderosa.
Independentemente do que os causa, uma rajada de vento ou um momento de suspense, os arrepios têm o mesmo mecanismo. McPhetres observa que a pele humana é um órgão dinâmico e vivo, em constante mudança, ajustando sua espessura, flexibilidade e o posicionamento dos pelos para regular a temperatura corporal.
Ele explica que, mesmo que em humanos os pelos sejam finos e pouco visíveis, a resposta fisiológica ainda tem importância, pois está associada a pequenas variações de temperatura na pele.
Se uma bolsa de gelo for colocada sobre a coxa de alguém, por exemplo, a alteração térmica pode provocar arrepios não apenas na área fria, mas em outras partes do corpo. Já os arrepios causados por cócegas ou estímulos localizados tendem a ocorrer apenas na região afetada.
Estudar os arrepios não é simples, pois muitas vezes eles acontecem de forma sutil e passam despercebidos. Além disso, há uma confusão comum entre os arrepios físicos e a sensação subjetiva conhecida como “frisson”, ou “calafrio emocional”. Diferentemente da sensação de frio durante uma febre, o frisson é uma onda de prazer ou emoção que pode ser desencadeada por arte, música ou experiências intensas.
Embora ambos possam ocorrer juntos, McPhetres esclarece que não há uma correlação direta: medições da pele e da atividade nervosa mostram que, em cerca de metade das vezes em que as pessoas relatam frisson, não há presença física de arrepios.
Assim, seja diante de um vento gelado, de um coral arrebatador ou de uma cena de vingança em um filme de terror, os arrepios são um lembrete de que o cérebro humano ainda carrega mecanismos primitivos de resposta ao ambiente.
Eles representam o modo como nosso sistema nervoso autônomo comunica ao corpo que algo marcante ou potencialmente relevante está acontecendo, uma reação que um dia ajudou nossos ancestrais a sobreviver a predadores e que hoje, curiosamente, ainda se manifesta diante de uma boa trilha sonora ou de um susto cinematográfico.
Leia também notícias que bombam no Jornal Paraná:
STF bloqueia R$ 389 milhões de sindicato envolvido na farra do INSS
Escola do Legislativo promove palestra sobre Direito Parlamentar
Paraná tem concurso com salários de até R$ 13 mil
Outros dois professores são afastados por assédio contra adolescentes
Estelionatários usam nomes de policiais para extorção
PC-PR fortalece inteligência para combater o tráfico e elucidar homicídios
Ciúmes provoca tentativa de homicídio no Paraná
Motociclista pistoleiro atira três vezes contra motorista
Items que causam confusão na hora de reciclar
ChatGPT é o aplicativo mais baixado dos últimos meses
Cinco exercícios para fortalecer o seu corpo desde já
Horóscopo de 16 de outubro de 2025
Óbitos de Curitiba em 15 de outubro de 2025
Leia outras notícias quentes de política do Blog do Tupan, parceiro do Jornal Paraná:
IPVA terá Refis para regularização de dívidas
Setor financeiro está encantado por Ratinho Junior
Republicanos reforça a chapa à Câmara Federal
Cristina Graeml é assombrada por Jeffrey Chiquini em pesquisa
As apostas da direita para 2026 para a Alep
Como funcionava o esquema de desvios em Fazenda Rio Grande
Alep discute como prevenir casos de intoxicação por metanol