O Chile liderou o Índice Latino-Americano de Inteligência Artificial de 2025 pela segunda vez consecutiva, alcançando 70,5 pontos, seguido pelo Brasil, com 67,3, e pelo Uruguai, com 62,3, em um ranking que avalia o desenvolvimento da inteligência artificial em 19 países da América Latina e do Caribe.
O levantamento destacou o avanço de países como Costa Rica, Equador, República Dominicana e Guatemala, que apresentaram melhorias significativas em conectividade, capacitação e na criação de estratégias nacionais voltadas à inteligência artificial.
Segundo o relatório, esse movimento demonstra que reformas educacionais e uma maior abertura institucional podem acelerar a maturidade tecnológica mesmo em economias de médio porte, desde que haja políticas públicas integradas e investimento em inovação.
Apesar desses avanços, o estudo alerta que a região ainda enfrenta grandes deficiências em infraestrutura, governança e formação de profissionais especializados, fatores que podem ampliar a desigualdade digital nos próximos anos.
A pesquisa, realizada pelo Centro Nacional de Inteligência Artificial do Chile em parceria com universidades, a Comissão Econômica para a América Latina e o Caribe e a União Europeia, avalia três dimensões principais: fatores de base, como infraestrutura, talentos e dados, pesquisa e desenvolvimento e, por fim, governança. Cada país recebe uma pontuação de até 100 pontos, de acordo com seu grau de maturidade digital e suas políticas voltadas à IA.
A Costa Rica se destacou como líder regional na formação de competências em inteligência artificial e na inclusão do tema nos currículos escolares, acompanhada de países como Equador, República Dominicana e Uruguai.
Na Colômbia, a aprendizagem autônoma tem exercido papel fundamental, e o país lidera em educação digital por meio de plataformas como a Coursera, o que amplia a alfabetização tecnológica para além dos sistemas educacionais formais.
Mesmo assim, o relatório aponta que o nível de alfabetização básica ainda é muito superior à formação avançada. Entre os 19 países avaliados, 13 ainda não possuem programas de doutorado em inteligência artificial, e a carência de profissionais altamente qualificados continua sendo um obstáculo para o desenvolvimento de soluções locais.
O estudo também revelou que o Brasil concentra mais de 90% da capacidade de computação de alto desempenho da região, demonstrando uma forte centralização tecnológica. Apenas Uruguai, Costa Rica e Colômbia apresentam níveis competitivos de unidades de processamento gráfico por habitante.
Em contrapartida, 11 países ainda registram pontuações inferiores a 50 pontos em infraestrutura digital, o que limita a criação de ecossistemas de IA robustos. Outro desafio destacado é o gargalo relacionado à gestão de dados. Embora a região produza grandes volumes de informações, apenas alguns países, entre eles Chile e México, avançaram na abertura e padronização de dados públicos. A ausência de dados acessíveis e de qualidade compromete a eficiência de políticas públicas e aumenta o risco de decisões algorítmicas enviesadas.
Durante a apresentação do índice, o gerente do Centro Nacional de Inteligência Artificial do Chile, Rodrigo Durán, alertou que, embora a América Latina esteja evoluindo, a distância em relação às grandes potências tecnológicas do Norte Global cresce rapidamente.
Aproximadamente 68% dos pesquisadores ativos em IA estão concentrados no Brasil e no México, enquanto Chile e Brasil são responsáveis por 90% das publicações acadêmicas de maior impacto na região. O relatório também chama a atenção para a baixa participação popular no uso da IA em consultas públicas e na formulação colaborativa de políticas, ferramentas com grande potencial para fortalecer a democracia digital. Apenas México, Colômbia e Peru apresentaram avanços concretos nesse campo.
Apesar dos desafios, os autores do estudo defendem que a inteligência artificial representa uma oportunidade inédita de inclusão social e aumento da produtividade. Diferentemente das revoluções industriais anteriores, sua adoção não depende de estruturas produtivas complexas, mas sim de políticas coordenadas e acessíveis.
O desafio principal, segundo o relatório, é alinhar a digitalização com o desenvolvimento sustentável e a cooperação regional, fortalecendo simultaneamente a infraestrutura, a capacitação de talentos e a governança.
Atualmente, a América Latina já representa entre 15% e 20% do mercado global de aplicações de inteligência artificial generativa, mas responde por apenas 1% dos investimentos mundiais no setor, um desequilíbrio que, segundo Álvaro Soto, diretor do Centro de Inteligência Artificial do Chile, evidencia o enorme potencial ainda inexplorado na região.
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