Seja pela adesão ao jejum intermitente, pela correria que leva a pular o almoço ou pelo hábito de não tomar café da manhã, passar muitas horas sem se alimentar pode trazer consequências sérias. A alimentação é a fonte de energia que sustenta todos os sistemas do corpo humano, e quando se deixa de comer, praticamente todas as funções são impactadas.
Especialistas como Christy Harrison, mestre em saúde pública e nutricionista registrada, e Jessica Ball, mestre em ciências e também nutricionista, alertam que embora o jejum seja defendido por alguns apoiadores, as pesquisas ainda são preliminares e não oferecem base científica sólida para recomendá-lo. Segundo Harrison, não há benefícios comprovados em pular refeições, mas há riscos concretos.
Entre esses riscos está a ansiedade. Estudos que analisaram quase 400 mil pessoas identificaram que pular o café da manhã está associado a maior chance de depressão, estresse e ansiedade, especialmente entre adolescentes.
Isso acontece porque quando se fica muito tempo sem comer, o corpo libera mais cortisol, conhecido como hormônio do estresse, para tentar regular a queda do açúcar no sangue. O resultado pode ser humor instável, irritabilidade e sintomas depressivos.
Outro efeito é a baixa energia. Oscilações no nível de glicose prejudicam o funcionamento do cérebro, que depende da glicose como principal combustível obtido a partir dos carboidratos. Além da falta de energia mental, o corpo também fica sem calorias suficientes para manter suas funções, o que compromete a disposição.
Exercitar-se em jejum agrava o problema, pois há ainda menos energia disponível. Dietas restritivas em carboidratos, como a cetogênica, reduzem ainda mais a glicose para cérebro e corpo.
As pistas internas de fome e saciedade também podem ser prejudicadas. O corpo regula o apetite por meio de hormônios: a leptina reduz a fome quando há energia suficiente, e a grelina aumenta a fome quando há necessidade de combustível.
Ignorar esses sinais para seguir horários rígidos pode desorganizar esse equilíbrio e dificultar a percepção natural do corpo sobre quando se alimentar e quando parar, gerando prejuízos à saúde que podem ser difíceis de reverter.
Essa desregulação, somada à baixa glicose, aumenta a vontade de consumir carboidratos simples e açúcares, que oferecem energia rápida, mas de curta duração. O resultado pode ser a perda de controle na próxima refeição, com compulsão alimentar voltada principalmente para alimentos ultraprocessados.
Estudos mostram que pular refeições, em especial o café da manhã, está ligado ao ganho de peso e ao desenvolvimento da síndrome metabólica, um conjunto de alterações que incluem pressão arterial elevada, triglicerídeos altos, glicemia de jejum aumentada, maior circunferência abdominal e colesterol HDL baixo. Esse quadro aumenta o risco de doenças crônicas como diabetes e problemas cardiovasculares.
As deficiências nutricionais são outro risco. Pular refeições reduz as oportunidades de ingerir nutrientes essenciais, e quando o corpo é compensado apenas com carboidratos refinados, há saciedade momentânea, mas sem a qualidade necessária. É importante dar preferência a carboidratos complexos como grãos integrais, frutas, leguminosas e laticínios, deixando alimentos industrializados como biscoitos, bolachas e salgadinhos apenas para consumo ocasional.
O sistema digestivo também pode sofrer. O jejum prolongado pode provocar náusea, diarreia ou constipação. A liberação de hormônios ligados ao estresse interfere no funcionamento do intestino, tornando-o irregular. Além disso, o ciclo de pular refeições seguido de compulsão alimentar agrava o problema. A regularidade da digestão depende de escutar os sinais do corpo, incluir fibras de origem vegetal e ingerir bastante água.
Outro ponto é o risco aumentado de desenvolver transtornos alimentares. De acordo com Harrison, pessoas que jejuam ou pulam refeições estão mais propensas a isso. Dietas rígidas e a ideia de compensar calorias por ter comido algo considerado “errado” favorecem não apenas um desequilíbrio físico, mas também um impacto profundo na relação com a comida, podendo evoluir para situações graves e até ameaçadoras à vida.
A perda de prazer ao comer também é um efeito frequente. A alimentação deve ser nutritiva, mas também prazerosa, e tratá-la como obrigação ou tarefa compromete esse aspecto.
Duas abordagens que têm benefícios comprovados são a alimentação consciente e a alimentação intuitiva. A primeira propõe usar os sentidos para apreciar a refeição, sem distrações externas, valorizando o sabor e a nutrição que o alimento proporciona. Já a alimentação intuitiva incentiva abandonar a mentalidade de dieta restritiva e confiar nos sinais do corpo, reconhecendo a fome e a saciedade, escolhendo alimentos de acordo com a preferência pessoal e observando como cada alimento afeta energia, digestão e bem-estar.
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