Famílias de quatro cobradores mortos em Icaraíma, no noroeste do Paraná, anunciaram que vão ingressar na Justiça para pedir a exumação dos corpos e a realização de perícia independente, contestando a versão apresentada pela Polícia Civil a respeito das circunstâncias e da data das mortes. O delegado-chefe da 7ª Subdivisão Policial, Gabriel Menezes, rejeitou as suspeitas levantadas.
Meiriany de Souza, viúva de Rafael Juliano Marascalchi, afirmou acreditar que as vítimas não foram executadas em 5 de agosto, dia em que o desaparecimento foi registrado. Para ela, os homens teriam sido sequestrados e mantidos em cativeiro pelos devedores, sendo mortos apenas dias depois, quando a situação teria saído do controle e a imprensa teria abraçado a notícia.
Segundo Meiriany, o estado de conservação dos corpos não corresponderia aos 44 dias em que, de acordo com o inquérito, permaneceram enterrados em vala rasa em meio à mata. A advogada das famílias fez o reconhecimento oficial no Instituto Médico-Legal de Umuarama sem dificuldades.
A legislação brasileira permite que parentes solicitem perícias independentes, conduzidas por profissionais particulares. Contudo, para que a exumação ocorra, é necessária autorização judicial. Até o momento, os familiares estudam contratar peritos para analisar laudos emitidos pelos órgãos oficiais e, se identificadas inconsistências, pedir novas análises.
Menezes rebateu a afirmação de que os corpos só foram encontrados por causa de um mapa fornecido por um suposto desafeto da família Buscariollo, acusada do crime. Segundo ele, as buscas foram realizadas ininterruptamente por quase 30 horas até a localização da cova.
O delegado também criticou as acusações de envolvimento policial feitas pelas esposas das vítimas. Para ele, trata-se de manifestações ligadas ao luto. Ressaltou ainda que a função da instituição é apresentar resultados, sem transformar a investigação em embate público.
Edilson Miaqui, chefe da Polícia Científica, reforçou que a atuação das forças de segurança segue limites legais e que, muitas vezes, o processo de apuração não é facilmente compreendido por quem não acompanha os trâmites.
Quanto às despedidas, os corpos de Rafael Juliano Marascalchi, 43 anos, Robishley Hirnani de Oliveira, 53, e Diego Henrique Afonso, 33, ainda não haviam chegado a suas cidades de origem até o fechamento desta edição. Rafael e Robishley, naturais de São José do Rio Preto, serão velados juntos no Cemitério Jardim da Paz. Diego, de Olímpia, também terá cerimônia no mesmo dia.
O corpo de Alencar Gonçalves de Souza chegou a Icaraíma às 23h30 de sexta-feira (19) e foi sepultado horas depois no Cemitério Municipal, em cerimônia reservada.
Os quatro desapareceram após sair para cobrar uma dívida de R$ 255 mil relacionada a terras em Vila Rica do Ivaí. Os principais suspeitos são Antonio Buscariollo e Paulo Ricardo Buscariollo, pai e filho, que estão com prisão preventiva decretada e seguem foragidos.
O veículo das vítimas, uma Fiat Toro, foi localizado enterrado em propriedade particular em 12 de setembro. Seis dias depois, os corpos foram encontrados a 550 metros dali, em terreno argiloso cercado por mata fechada.
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