segunda-feira, setembro 15, 2025
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Sinal vindo de fora da Via Láctea intriga cientistas

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Astrônomos anunciaram a detecção de um fenômeno que intriga a comunidade científica: um sinal de explosão de raios gama vindo de fora da Via Láctea que se repetiu diversas vezes em apenas 24 horas. Normalmente, esses eventos liberam, em segundos, a mesma quantidade de energia que o Sol emitirá durante toda a sua existência, estimada em cerca de 10 bilhões de anos. Esse tipo de explosão costuma ocorrer quando uma estrela massiva chega ao fim de sua vida em uma supernova, colapsando sob sua própria gravidade e se desintegrando por completo.

O episódio, registrado e descrito em artigo publicado no Astrophysical Journal Letters, foi acompanhado por pesquisadores da University College Dublin. Segundo o astrônomo Antonio Martin-Carrillo, nenhum registro semelhante havia sido documentado nos últimos 50 anos de estudos de GRBs, sigla em inglês para explosões de raios gama. Pela teoria, cada ocorrência deveria ser única, já que a fonte não sobreviveria à destruição provocada pela emissão extrema.

O Observatório Europeu do Sul destacou em comunicado que nenhum modelo atual consegue explicar o fato de um corpo celeste passar por sucessivas explosões que deveriam ser fatais já na primeira ocorrência. A questão levantada é como um objeto poderia suportar impactos dessa magnitude e repetir o processo em curto intervalo.

Tradicionalmente, a morte estelar ocorre quando astros várias vezes mais massivos que o Sol esgotam seu combustível nuclear. Nesse estágio, a gravidade interna vence a pressão de radiação, gerando uma implosão seguida da supernova. Os destroços são arremessados para o espaço e dão origem a remanescentes como buracos negros ou estrelas de nêutrons.

Outro cenário investigado envolve sistemas binários formados por uma anã branca e uma estrela companheira. Se as órbitas permitem aproximação crítica, a anã branca começa a atrair matéria de sua vizinha. Esse processo de acreção pode levar ao acúmulo de material suficiente para provocar uma explosão termonuclear de grandes proporções, eliminando os dois objetos.

Os cientistas agora avaliam se o evento observado pode estar associado a mecanismos até então não descritos pela astrofísica, possivelmente relacionados a colisões repetidas em ambientes extremos ou comportamentos ainda desconhecidos de remanescentes compactos. Redes internacionais de observatórios, incluindo telescópios espaciais e equipamentos de monitoramento em solo, foram acionadas para buscar novos indícios que permitam compreender a origem e a natureza desse sinal inédito.

Pesquisadores relataram a observação de um fenômeno que desafia explicações conhecidas: a explosão de raios gama classificada como GRB 250702B, identificada inicialmente em 2 de julho pelo Telescópio Espacial Fermi, da NASA. O equipamento registrou três emissões distintas, e posteriormente verificou-se que a Sonda Einstein, voltada para raios X, já havia captado atividade semelhante quase 24 horas antes. O episódio chamou a atenção por durar de 100 a 1.000 vezes mais que a média das GRBs observadas anteriormente, segundo Andrew Levan, da Universidade Radboud.

Em cenários convencionais, anãs brancas em sistemas binários podem apresentar explosões múltiplas quando parte do hélio transferido da estrela companheira se acumula e provoca reações menores antes de uma supernova. Contudo, esse processo não seria capaz de gerar mais de uma GRB, já que apenas a destruição final poderia explicar tamanha liberação de energia. No caso atual, a repetição em curto intervalo indica comportamento distinto.

A suspeita inicial sugeria que o sinal tivesse origem na própria Via Láctea, por estar alinhado ao plano da galáxia. No entanto, medições com a câmera infravermelha HAWK-I, acoplada ao Very Large Telescope, no Chile, mostraram que a emissão ocorreu muito além, provavelmente a bilhões de anos-luz. Essa constatação elevou a magnitude do evento, apontando para um objeto extragaláctico de potência significativamente maior.

Entre as hipóteses levantadas, uma sugere que uma estrela massiva colapsou, mas continuou a fornecer material para o núcleo central, prolongando a atividade. Ainda assim, essa explicação não justificaria a duração incomum. Outra possibilidade envolve um evento de perturbação de maré, quando uma estrela é destruída por um buraco negro. Para explicar as características da GRB 250702B, no entanto, seria necessário que um astro atípico fosse engolido por um buraco negro igualmente raro.

Nesse contexto, cientistas cogitam que a origem possa estar relacionada a um buraco negro de massa intermediária, classe de objeto ainda não confirmada por observações diretas. Esses corpos estariam entre os formados pela morte de estrelas e os supermassivos encontrados nos centros galácticos, preenchendo a chamada “lacuna de massa”.

Para Antonio Martin-Carrillo, da University College Dublin, qualquer uma das explicações apresentadas seria inédita e representaria avanço significativo no entendimento de fenômenos cósmicos extremos. Ele destacou que ainda não há consenso sobre a causa exata, mas que a análise oferece oportunidade de explorar novos mecanismos de formação e evolução estelar.

As investigações prosseguem com auxílio de telescópios em diferentes faixas do espectro eletromagnético, incluindo observatórios espaciais e redes terrestres. A expectativa é reunir mais dados para avaliar se se trata de um processo único ou de uma classe ainda não catalogada de explosões cósmicas.

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