A Polícia Civil prendeu em Santa Catarina Tiago Leal, identificado como um dos principais articuladores do crime organizado em São José dos Pinhais, na Região Metropolitana de Curitiba. As investigações apontam que ele exercia liderança sobre o comércio ilegal de drogas no Jardim Independência, considerado o setor com maior índice de violência do município, além de ser suspeito de ordenar execuções e atentados contra rivais e delatores.
Entre os episódios atribuídos ao grupo está o homicídio de Aline dos Santos Nester, de 30 anos, ocorrido em março deste ano. A vítima, que havia sido presa anteriormente por tráfico e estava em liberdade, desapareceu por duas semanas até ser encontrada enterrada às margens de um rio. Antes disso, ela havia prestado depoimento à polícia revelando informações sobre a atuação da facção, o que, segundo os investigadores, motivou diretamente a execução como forma de retaliação.
O delegado Fábio Machado, responsável pelo inquérito, declarou que Tiago não esteve presente no momento do crime, mas foi identificado como mandante. A apuração revelou que, após o homicídio, ele deixou o Paraná e passou a buscar alianças em Santa Catarina para manter o esquema ativo e ampliar a rede de distribuição. De acordo com a polícia, a estratégia incluía contatos com outros traficantes da região, com o objetivo de garantir continuidade às operações ilícitas nos mesmos moldes do Paraná.
A prisão é considerada um avanço nas ações contra o crime organizado na Grande Curitiba, que tem registrado aumento nos confrontos entre facções rivais e assassinatos ligados a disputas territoriais. A Polícia Civil informou que as investigações prosseguem para identificar outros integrantes da quadrilha e apurar conexões interestaduais, além de responsabilizar os envolvidos em execuções e tentativas já registradas. O caso de Aline, pela repercussão e brutalidade, se tornou um símbolo da intimidação sofrida por testemunhas que colaboram com autoridades em processos criminais.