Cientistas acreditam que pode existir em algum lugar um “anti-universo”, uma espécie de espelho do nosso próprio universo, refletindo quase tudo o que fazemos. Caso essa teoria se confirme, ela poderia explicar a presença da chamada matéria escura.
Para compreender melhor, é preciso retornar ao ponto de partida: o que chamamos de “Big Bang” é, na verdade, um termo coletivo que reúne diferentes teorias estudadas por cosmólogos, os cientistas que tentam voltar no tempo o máximo possível para alcançar o instante inicial do universo.
Há certo consenso de que a matéria foi expelida a partir desse evento, mas não há acordo total sobre as condições exatas, pois alguns defendem que a temperatura naquele momento era extremamente alta, enquanto outros argumentam que era equivalente ao zero absoluto.
Também há divergências sobre o que poderia ter ocorrido antes do próprio Big Bang. Uma hipótese sugere que o que chamamos de Big Bang teria sido apenas o ponto de inflexão de um processo maior, algo semelhante a um gigantesco “ricochete”.
Para visualizar, pense em alguém saltando em um trampolim: existe a descida até quase tocar o solo e, em seguida, o impulso da subida. Se víssemos apenas a subida, sem a descida, a compreensão do fenômeno estaria incompleta.
A matéria escura, se realmente existir, é ainda mais enigmática para os cientistas do que o próprio Big Bang. Isso porque ela é considerada peça-chave para compreender a formação do universo como o conhecemos hoje, e não apenas em sua origem há bilhões de anos.
Acredita-se que a matéria escura compõe a maior parte da matéria do universo, mas até agora nunca foi observada diretamente. A grande questão é como algo tão fundamental permanece invisível e quais seriam suas propriedades.
O termo “escura” não significa apenas misteriosa, mas indica, de forma literal, que essa matéria não é luminosa, ou seja, não emite nem reflete fótons de maneira detectável pelos nossos instrumentos. Ainda assim, é possível medir seus efeitos físicos, embora não visuais, em fenômenos como ondas gravitacionais e no movimento de galáxias.
Voltando à teoria do anti-universo, a ideia é que ele poderia existir em paralelo ao nosso, mas funcionando de maneira invertida no tempo. Se isso for verdade, ele se expandiria “para trás” antes do Big Bang, da mesma forma que o nosso se expandiu “para frente” depois dele.
Um artigo sugere que o Big Bang pode ter sido menor e mais simétrico do que se costuma imaginar. Entre outras consequências, os autores apontam que esse modelo oferece uma nova explicação, mais econômica e simples, para a existência da matéria escura.
Um aspecto interessante desse modelo é que ele elimina a necessidade de recorrer à chamada “inflação”, uma fase teórica em que o universo teria se expandido de forma abrupta e gigantesca logo após o seu nascimento.
Nesse cenário alternativo, a matéria poderia ter se expandido de maneira mais gradual, sem exigir um mecanismo tão forçado, o que simplificaria a explicação do início do cosmos.
Para que essa simetria entre os dois universos fosse possível, seria necessário acrescentar uma partícula ao entendimento atual do universo. Hoje conhecemos os neutrinos, partículas extremamente pequenas que interagem apenas por meio da gravidade e da força nuclear fraca.
Se existir um universo espelhado ao nosso, correndo de trás para frente no tempo desde o Big Bang, a matéria escura poderia ser explicada pela presença de uma versão “destra” do neutrino, em oposição aos neutrinos “canhotos” que conhecemos. Essa diferença de “mão” se refere ao sentido do movimento dessas partículas.
Embora tudo isso pareça especulativo e até difícil de acreditar, esse tipo de hipótese é fundamental para a cosmologia. O avanço do conhecimento depende da formulação de novas ideias publicadas e debatidas, que depois podem ser testadas, contestadas ou refinadas à medida que novas observações e medições são feitas. Esse processo deixa um rastro de teorias e hipóteses que, ao longo do tempo, ajudam a melhorar a compreensão da origem e da estrutura do universo.
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