quinta-feira, agosto 28, 2025
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Quais as causas para perda de audição

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Cerca de uma em cada oito pessoas com 12 anos ou mais apresenta perda auditiva em ambos os ouvidos, o que corresponde a aproximadamente 13% da população, ou cerca de 30 milhões de indivíduos. Isso demonstra que a perda auditiva pode afetar qualquer pessoa, não estando restrita ao envelhecimento ou à exposição a sons intensos e óbvios.

Por essa razão, é essencial compreender os fatores que podem comprometer a audição e adotar medidas de proteção. A perda auditiva pode ocorrer de diferentes formas, sendo classificada em três tipos principais.

A chamada perda auditiva sensorioneural envolve danos no ouvido interno, que inclui a cóclea e os canais semicirculares, sendo a mais comum, geralmente decorrente do envelhecimento, de traumatismos cranianos ou de doenças.

Já a perda auditiva condutiva ocorre quando os sons não conseguem passar pelo ouvido externo ou médio, o que deixa tudo abafado; é frequentemente causada por infecções que acumulam líquido no ouvido médio, perfuração do tímpano ou outras doenças, podendo ser revertida com medicamentos ou cirurgias.

Existe ainda a perda auditiva mista, quando as duas formas se manifestam ao mesmo tempo. O tratamento varia conforme o tipo: aparelhos auditivos comuns são indicados para a perda sensorioneural, podendo ser posicionados sobre a orelha, dentro dela ou no canal auditivo, enquanto perdas condutivas resistentes a intervenções médicas podem ser tratadas com aparelhos especializados, como os de condução óssea, aérea ou ancorados ao osso.

Em muitos casos, a perda auditiva se instala de forma lenta, sem que a pessoa perceba os sinais. Sintomas comuns incluem aumentar o volume de aparelhos eletrônicos, pedir para que os outros repitam o que disseram ou ter dificuldade em acompanhar conversas.

Entre os fatores que podem provocar esse quadro estão infecções virais ou bacterianas, mesmo gripes ou otites simples, capazes de reduzir a audição, causar zumbidos ou afetar o equilíbrio. Normalmente, esse tipo de perda é temporário e se resolve com tratamento, mas infecções no ouvido médio podem provocar perda condutiva ao acumular líquido atrás do tímpano, sendo geralmente controladas com medicamentos.

Traumas na cabeça também estão entre as causas, podendo resultar de pancadas, inserção de objetos no ouvido ou acidentes que danificam o canal auditivo ou o tímpano. A ruptura da membrana timpânica compromete a transmissão das vibrações sonoras para o cérebro e provoca perda temporária da audição.

Até incidentes aparentemente pequenos podem afetar o ouvido interno. Outro fator menos óbvio são problemas dentários, já que infecções na boca, como as provocadas por dentes do siso inflamados ou cáries, podem causar inflamações que reduzem o fluxo sanguíneo para as células ciliadas da cóclea, responsáveis por converter as vibrações em sinais elétricos para o cérebro. Sem irrigação adequada, essas células morrem e a perda auditiva se torna permanente, o que reforça a importância da higiene bucal e do tratamento imediato de infecções.

Doenças crônicas, como diabetes, também representam um risco. As pessoas com diabetes têm o dobro de chances de desenvolver perda auditiva, já que a doença danifica células nervosas do ouvido.

Tanto níveis elevados de glicose, que deterioram as células e nervos do ouvido interno, quanto níveis baixos, que prejudicam a comunicação entre ouvido e cérebro, podem levar à perda auditiva. Embora o risco seja maior, não significa que todas as pessoas com diabetes desenvolverão o problema, mas é essencial controlar a glicemia, beber água, evitar bebidas açucaradas, praticar exercícios, parar de fumar e seguir planos alimentares adequados.

A pressão arterial elevada também pode afetar a audição, pois os ouvidos dependem de fluxo sanguíneo regular. Quando o coração bombeia sangue em excesso devido à hipertensão, as estruturas delicadas do ouvido podem ser sobrecarregadas, causando perda auditiva temporária que desaparece com a normalização da pressão. Contudo, se o quadro for crônico, os vasos sanguíneos do ouvido podem sofrer danos permanentes.

Certos medicamentos de prescrição médica também são capazes de prejudicar a audição. Estima-se que cerca de 200 fármacos e substâncias químicas tenham potencial ototóxico, ou seja, de causar danos ao ouvido interno.

Os efeitos colaterais incluem zumbidos, sensação de ouvido cheio, alterações de equilíbrio e até perda auditiva. Por isso, é importante registrar a audição antes de iniciar o uso de medicamentos dessa categoria para comparações posteriores.

Outro fator de risco identificado em pesquisas recentes é a apneia do sono. Estudos mostram que pessoas com essa condição apresentam 21% mais chances de desenvolver perda auditiva, possivelmente em razão da redução do fluxo sanguíneo para o ouvido interno, o que compromete a sobrevivência das células e dos vasos que transmitem sinais ao cérebro. Ter apneia não significa que a perda auditiva ocorrerá obrigatoriamente, mas o acompanhamento médico e exames regulares ajudam a monitorar a saúde auditiva ao longo do tempo.

A lista de possíveis causas demonstra que a perda auditiva pode ter origens variadas e inesperadas, indo de traumatismos e doenças crônicas a fatores bucais ou respiratórios. Ter algum desses problemas não significa que a pessoa vá inevitavelmente perder a audição, mas é um alerta para investigar o motivo em caso de sintomas.

Hoje, os recursos de auxílio auditivo estão mais acessíveis, com aparelhos disponíveis inclusive sem prescrição médica e com opções de parcelamento, o que amplia as alternativas para quem precisa preservar ou recuperar a capacidade de ouvir.

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