Pesquisadores descobriram uma técnica inovadora para evitar o desperdício de metais preciosos essenciais à transição para a energia limpa. Cientistas explicaram que utilizaram plasma de argônio, um tipo de gás ionizado formado quando o gás argônio é exposto a altas temperaturas ou a energia elétrica, para dispersar átomos em diferentes metais e aproveitar ao máximo esses materiais. Esse método reduz a poluição gerada pela mineração e extração de metais, diminui custos de produção e contribui para reduzir impactos ambientais.
No estudo, cientistas mostraram que o uso de íons de argônio para criar “defeitos” nos átomos de metal permite formar estruturas bidimensionais ultrafinas, mais eficientes do que as estruturas tridimensionais convencionais. Isso foi possível aproveitando “lacunas” atômicas, que aprisionam e fixam átomos metálicos, levando-os a formar aglomerados de camada única. A equipe demonstrou a eficácia do método em 21 elementos diferentes, incluindo prata e ouro.
Segundo Emerson Kohlrausch, pesquisador principal desta técnica inovadora, cada átomo é valioso, e como metais raros e preciosos têm oferta limitada, foi desenvolvida uma estratégia escalável para garantir que nenhum átomo seja desperdiçado. O professor Andrei Khlobystov, outro autor do estudo, explicou que a abordagem permite criar camadas atômicas contendo um, dois ou até três tipos diferentes de metais, com cada átomo posicionado de forma controlada. Esse nível de precisão não tinha precedentes até agora.
Sadegh Ghaderzadeh, responsável pela modelagem teórica, afirmou que a principal vantagem da técnica está na simplicidade: ao apenas reposicionar átomos, é possível alterar a estrutura do metal, tornando-o mais adequado para aplicações sustentáveis. Ele destacou que, com modelos computacionais, será possível reproduzir esses materiais virtualmente e, assim, aumentar a capacidade de produção em larga escala.
Quanto às aplicações práticas, os pesquisadores apontam usos como produção de hidrogênio, armazenamento de energia, síntese de amônia e conversão de dióxido de carbono. Os testes realizados indicaram estabilidade do material em exposição ao ar por mais de 16 meses, o que significa que as características permaneceram inalteradas após a produção. A pesquisa indica um caminho promissor para um futuro mais eficiente e menos poluente.
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