Atualmente, o território nacional abriga 64 grupos criminosos distribuídos entre os 27 estados, com variados graus de poder e penetração social. Esses dados foram compilados a partir de informações oficiais das secretarias de Segurança Pública, administrações penitenciárias e Ministérios Públicos estaduais.
No Paraná pelo menos três grupos estão presentes na rotina do tráfico e dos roubos: a Mafia Paranaense, o PCC e Comando Vermelho, alguns assassinatos na cidade pela busca de território ocorreram nos últimos meses, segundo informações de um graduado policial.
O Comando Vermelho começou no Paraná entrando pelo Bairro Alto, há alguns anos e depois se espalhou por outras cidades da Região Metropolitana de Curitiba e em bairros como Sítio Cercado, Nossa Senhora da Luz, Umbará, Santa Felicidade, Caiuá, Guaíra, Vila Sandra, Parolin e Uberaba.
Alguns conflitos no Parolin são atribuídos a guerra pelo comando do tráfico na região.
Entre as principais siglas mapeadas estão PCC (Primeiro Comando da Capital), CV (Comando Vermelho), FDN (Família do Norte), ADA (Amigos dos Amigos), PGC (Primeiro Grupo Catarinense), GDE (Guardiões do Estado) e TCP (Terceiro Comando Puro).
O Primeiro Comando da Capital surgiu no início dos anos 1990 e, nas décadas seguintes, seu crescimento estimulou o aparecimento de outras organizações, muitas delas criadas justamente para barrar sua expansão.
Um marco na história do grupo ocorreu em fevereiro de 2001, quando lideranças coordenaram, via telefone celular, uma rebelião simultânea em diversas penitenciárias de São Paulo, mantendo mais de 5 mil reféns.
O episódio, que durou apenas 30 minutos, expôs a capacidade de articulação da facção e forçou o reconhecimento de sua influência pelo poder público.
Na tentativa de enfraquecer a organização, autoridades transferiram seus principais integrantes para presídios em outros estados, medida que, paradoxalmente, acelerou sua disseminação nacional.
A estratégia permitiu o recrutamento de novos membros em diferentes regiões, consolidando uma rede criminosa de abrangência interestadual.
Estudos acadêmicos apontam um processo de “faccionalização” no país, impulsionado em grande parte pela expansão do PCC. A partir de 2010, o grupo passou a adotar uma abordagem empresarial, buscando territórios estratégicos para o tráfico internacional.
Em São Paulo, oferecia treinamento a criminosos de outras regiões, ensinando técnicas de refino de cocaína e métodos de arrecadação, como as extintas rifas.
Essa movimentação gerou reações locais, como a formação do Guardiões do Estado no Ceará e da Família do Norte no Amazonas – esta última já considerada extinta por autoridades.
Curiosamente, mesmo grupos rivais passaram a replicar elementos da estrutura do PCC, como a criação de estatutos internos e símbolos próprios.
Exemplo disso é o Sindicato do Crime, do Rio Grande do Norte, originado como dissidência da facção paulista.
Essa profissionalização transformou bandos antes desconexos em organizações capazes de dominar bairros inteiros, impondo regras tanto a membros quanto a moradores de comunidades sob seu controle.
Em Fortaleza, conflitos entre facções rivais chegaram a exigir que civis mostrassem conversas no WhatsApp para comprovar lealdade, sob risco de represálias.
Enquanto o PCC se organiza sob rígida hierarquia com cargos definidos, o Comando Vermelho adota modelo mais flexível, funcionando como uma rede de alianças entre líderes locais.
Surgido no Rio de Janeiro no final dos anos 1970, inicialmente como movimento por melhores condições carcerárias, o CV migrou para o narcotráfico durante o boom da cocaína na década seguinte.
Sua expansão para outros estados manteve a lógica de “franquias”, onde cada líder regional opera com autonomia, preservando estruturas pré-existentes.
Fundado em 31 de agosto de 1993 na Casa de Custódia de Taubaté, o PCC teve entre seus criadores figuras como Mizael Aparecido da Silva (autor do primeiro estatuto), Idemir Carlos Ambrósio (o “Sombra”), César Augusto Roriz (conhecido por decapitações de rivais) e José Márcio Felício (criador da sigla PCC). Marco Willians Camacho, o “Marcola”, assumiria o controle posteriormente.
Com aproximadamente 40 mil integrantes e operações em 28 países, a facção movimenta cerca de 1 bilhão de dólares anuais.
Seu status de organização máfia foi consolidado após 2010, com a criação de sofisticados esquemas de lavagem de dinheiro que substituíram os antigos métodos de ocultação em “casas-cofre”.
Atualmente, utiliza negócios legais como postos de combustível, imóveis, agências de veículos, empresas de tecnologia financeira, transporte coletivo, instituições religiosas, apostas esportivas e até organizações não governamentais para legitimar recursos ilícitos.
A complexidade do fenômeno dificulta levantamentos precisos, especialmente quanto a grupos de atuação restrita ao sistema prisional, como o Povo de Israel (PVI) no Rio de Janeiro.
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