A luz, assim como o som, viaja a uma velocidade finita. É extremamente rápida, mas, em escalas astronômicas, não é instantânea. E, de similarmente à ao som, que quando refletido em superfícies próximas produz ecos, forma “ecos de luz” que podem levar anos ou até séculos para chegar até nós.
Imagine uma estrela que, de repente, brilhe intensamente, como na explosão de uma supernova. O clarão se espalha como uma esfera, viajando a cerca de 300.000 km/s. Em uma hora, essa “casca” de luz estaria a 1 bilhão de quilômetros do ponto de origem. Apenas quem estiver sobre essa superfície veria o evento nesse momento; para quem está mais longe, a luz ainda não teria chegado.
Se houver material em volta da estrela, como uma fina camada de gás a um ano-luz de distância, veremos algo diferente. Um ano após a explosão, a luz atinge todo esse gás ao mesmo tempo, mas a primeira parte iluminada que vemos será a mais próxima de nós. Em seguida, a região iluminada parecerá formar um anel que se expande até o diâmetro máximo da camada e depois se contrai, até desaparecer.
Na prática, o ambiente é mais complexo: supernovas costumam ocorrer em galáxias cheias de nuvens de gás e poeira. Conforme a luz se espalha, ela ilumina diferentes regiões, criando ecos de luz intricados, de vários anos-luz de tamanho.
O fenômeno foi descrito matematicamente em 1939 pelo astrônomo francês Paul Couderc. Ele mostrou que o eco visível para um observador distante forma uma estrutura paraboloidal, como um copo visto de cima, com a fonte de luz próxima ao fundo. Independentemente da distribuição real do material, a projeção no céu sempre aparece como um círculo em expansão.
Exemplos reais já foram registrados. A supernova SN2016adj, na galáxia Centaurus A, produziu um eco circular captado pelo telescópio Hubble. Além de belos, esses ecos revelam informações sobre o ambiente da explosão, ajudando a entender as condições do gás e poeira onde a estrela nasceu.
Um caso notável foi o da estrela V838 Monocerotis, que em 2002 sofreu um surto luminoso. Imagens do Hubble mostraram uma expansão aparente das nuvens ao redor, um efeito ilusório causado pela luz viajando e iluminando diferentes regiões ao longo do tempo. A análise revelou que o evento foi provocado pela fusão de duas estrelas, cuja explosão de luz permitiu medir a distância até ela: cerca de 20.000 anos-luz.
Ecos de luz podem parecer apenas curiosidades visuais, mas são ferramentas poderosas para estudar o espaço, revelando distâncias, estruturas e a composição de regiões distantes. Além disso, despertam em nós o mesmo fascínio que sentimos ao perceber, pela primeira vez, um simples eco sonoro no muro de uma quadra.
Leia também notícias que bombam no Jornal Paraná:
Deu para ti Odair Hellmann, vai para Porto Alegre, tchau
Morto com mais de 60 tiros em Marialva
Autor de disparo contra vizinha no Tatuquara vai em cana
Horóscopo de 12 de agosto de 2025
Inscreva sua criança para o Circuito Infantil de Corridas de Rua 2025 neste fim de semana
Temperaturas continuarão baixas até a próxima semana
Comidas que você desconhece que podem ir pro freezer
Saiba tudo que acontece na política lendo o Blog do Tupan, parceiro do Jornal Paraná:
Licitação do transporte coletivo ficará para 2026
Curitiba perdeu vermelhões com os ligeirões nas canaletas
Modelo proposto por Rafael Greca elevaria passagem técnica de ônibus para R$ 16
Ogeny Maia não lê a mesma cartilha de Eduardo Pimentel
Qual empresa é favorita para vencer a licitação do transporte coletivo?
Quais são os outros do 1º escalão sem conexão com ideias de Eduardo Pimentel