As ações de empresas ligadas ao lítio dispararam no início da manhã de segunda-feira após a maior fabricante de baterias para veículos elétricos do mundo anunciar o fechamento de uma de suas minas na China, o que provocou uma alta acentuada nos preços do mineral. O movimento ocorreu depois que a Contemporary Amperex Technology comunicou que suspendeu temporariamente as operações de uma de suas minas mais importantes e também uma das maiores do mundo, localizada em Jianxiawo, no polo de lítio de Yichun, após o vencimento da licença de exploração. A paralisação deve durar cerca de três meses, período no qual a empresa buscará renovar a autorização.
A CATL detém mais de um terço do mercado global de baterias para veículos elétricos, o que reforça o peso da decisão no setor. No pregão inicial, as ações da Albemarle e da Sociedad Química y Minera, as duas maiores produtoras de lítio do mundo, subiram mais de 11% e 9%, respectivamente. Outras companhias relevantes no segmento, como Lithium Americas e Sigma Lithium, também tiveram ganhos expressivos, de mais de 8% e 16%, respectivamente. O preço do lítio no mercado à vista subiu quase 4% no dia e acumula alta superior a 15% no último mês.
A Tesla, de Elon Musk, uma das maiores clientes da CATL segundo o Shanghai Metals Market, viu suas ações avançarem cerca de 2% na manhã de segunda-feira. No entanto, a fabricante chinesa enfrenta questões geopolíticas: em janeiro, o Departamento de Defesa dos Estados Unidos incluiu a CATL em uma lista de empresas que, segundo a instituição, possuem vínculos com o exército chinês, o que proibirá a assinatura de contratos de fornecimento com a empresa a partir de junho de 2026.
A suspensão das operações em Jianxiawo pode ser interpretada como parte da postura de Pequim contra o que chama de “involução”, termo usado para descrever um cenário em que a competição excessiva e a queda nos preços de recursos estratégicos, como o lítio, acabam prejudicando o desenvolvimento em vez de impulsioná-lo, conforme aponta o Financial Times.
A importância do lítio no mercado global cresceu de forma explosiva nos últimos anos devido ao seu papel essencial na produção de veículos elétricos, na capacidade de armazenamento de energia em redes elétricas e na fabricação de diversos dispositivos eletrônicos, como smartphones e laptops. Segundo a Agência Internacional de Energia, a demanda pelo metal pode aumentar em até 40% até 2040.
Apesar desse cenário de forte demanda futura, os preços do lítio caíram consideravelmente nos últimos dois anos, atingindo em junho de 2024 o menor patamar desde 2021, após uma queda de 20% desde o início do ano. Isso ocorreu porque a produção global, especialmente a chinesa, que cresceu 55% desde 2023, superou o ritmo de consumo. De acordo com a agência de preços de commodities Fastmarkets, essa oferta excedente pressionou as cotações para baixo.
Analistas do UBS afirmaram em um relatório de julho que, no momento, o mercado apresenta poucas perspectivas de valorização no curto prazo devido à ausência de mudanças significativas na dinâmica de preços e demanda, mas também vêem pouco espaço para novas quedas, acreditando que o setor já atingiu um piso. Essa situação, segundo eles, deixa investidores em um “território neutro”, no qual negociar e assumir posições em ações do setor se torna um desafio.
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