Bater a canela na quina da mesa, esbarrar o joelho naquela barra de metal embaixo da escrivaninha ou cair da bicicleta são coisas que costumam doer bastante, então não é surpresa acabar com um belo hematoma depois. A força do impacto rompe alguns vasos sanguíneos sob a pele, liberando sangue que forma uma mancha que pode aparecer em tons de rosa, vermelho, roxo, marrom ou preto, explica Kathleen Mueller.
Mas às vezes a origem de um hematoma é menos óbvia, como quando você nota uma mancha misteriosa em uma parte do corpo que não lembra ter machucado. Ter hematomas aleatórios pode ser desconfortável, especialmente se acontece com frequência ou se eles são grandes e chamativos, mas é algo relativamente comum: pesquisas sugerem que cerca de uma em cada cinco pessoas pode ter uma predisposição genética para se machucar com facilidade sem que isso seja prejudicial, segundo a oncologista Sarah Young.
Ainda assim, hematomas frequentes e sem explicação também podem indicar alguma condição de saúde que afeta a integridade do sangue ou dos vasos sanguíneos. Muitas vezes, a pessoa tem uma predisposição natural para se machucar com mais facilidade e alguma mudança no cotidiano faz essa tendência se manifestar, como uma nova rotina de exercícios, um animal de estimação correndo pela casa ou qualquer outro fator que aumente as chances de pequenos impactos ao longo do dia, que às vezes passam despercebidos ou não causam dor.
Vale lembrar que nem sempre o hematoma aparece exatamente no ponto onde ocorreu a batida, já que a gravidade pode fazer o sangue se deslocar, resultando, por exemplo, em um roxo na canela depois de bater o joelho, ou um olho roxo depois de bater a testa. O envelhecimento também é um fator: a partir dos 40 ou 50 anos, a pele tende a ficar mais fina, deixando os vasos sanguíneos mais expostos e vulneráveis a traumas, o que aumenta a chance de roxos por pequenas batidas que antes não deixavam marcas.
Alguns medicamentos aumentam a suscetibilidade a hematomas, especialmente anticoagulantes, como rivaroxabana e varfarina, que bloqueiam etapas da coagulação, e antiplaquetários, como aspirina e clopidogrel, que impedem as plaquetas de se aglomerarem. O uso frequente de analgésicos como ibuprofeno ou naproxeno também pode causar esse efeito em pessoas mais sensíveis. Corticoides como a prednisona, usados para tratar asma, artrite e doenças autoimunes, podem deixar a pele mais fina e frágil, enquanto alguns antidepressivos, como fluoxetina e sertralina, podem aumentar o risco de sangramentos e hematomas por interferirem nas plaquetas.
Mudanças na alimentação ou no consumo de álcool também influenciam. O uso prolongado de álcool pode prejudicar a medula óssea e a produção de plaquetas, além de afetar o fígado, que é responsável por produzir proteínas que ajudam a prevenir sangramentos. Já a deficiência de vitamina C, embora rara, pode deixar os vasos mais frágeis e propensos a se romper.
Em casos menos comuns, hematomas frequentes ou sem causa aparente podem estar relacionados a condições de saúde mais sérias, como distúrbios de coagulação hereditários (hemofilia A, hemofilia B, doença de Von Willebrand), que afetam proteínas necessárias para a coagulação, ou problemas com as plaquetas. Essas doenças geralmente se manifestam na infância, mas formas leves podem passar despercebidas até a vida adulta. Algumas condições adquiridas também podem causar o problema, como doenças hepáticas graves, que comprometem a produção de fatores de coagulação, ou certos tipos de câncer no sangue, como leucemia e linfoma, que afetam a produção e a função das plaquetas.
Em geral, não há motivo para preocupação se os hematomas desaparecem em até duas semanas e não há outros sintomas, já que é normal que mudem de cor com o tempo, do vermelho ou roxo para azul, depois verde e, por fim, amarelo, conforme o corpo reabsorve o sangue. É importante procurar um médico se os roxos aparecerem em locais incomuns, como abdômen, costas, peito ou rosto, se surgirem de forma contínua, demorarem mais de duas semanas para sumir, ou se houver outros sinais como sangramentos frequentes, pontos vermelhos ou marrons na pele, perda de peso sem explicação, febre ou inchaço.
O diagnóstico costuma ser feito a partir do histórico médico, exame físico e, se necessário, exames de sangue. Para reduzir o risco, vale prestar mais atenção aos movimentos, eliminar obstáculos em casa que possam causar quedas e investir em exercícios que melhorem força e equilíbrio, como musculação, ioga ou tai chi.
Se o hematoma já está presente, aplicar uma compressa morna pode ajudar a melhorar a circulação local e acelerar a absorção do sangue, assim como massagear levemente a área se não houver dor intensa. No fim, porém, o corpo geralmente resolve o problema sozinho com o tempo.
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