Aprendemos na escola que a Terra possui sete continentes. Essa ideia se junta a outras noções básicas ensinadas desde cedo, como “dois mais dois é igual a quatro” e “o mundo é redondo”. No entanto, assim como a forma da Terra foi, por muito tempo, alvo de controvérsia, o número exato de continentes também não é tão simples quanto parece.
Os estudantes aprendem que existem sete continentes: América do Norte, América Central, América do Sul, Europa, Ásia, África, Austrália e Antártida. De acordo com esse modelo, os continentes representam a maior parte da superfície terrestre do planeta, somando aproximadamente 148 milhões de quilômetros quadrados.
Contudo, essa não é uma classificação universal. Na Europa, por exemplo, é comum o ensino de que existem seis continentes: África, América, Antártida, Ásia, Austrália/Oceania e Europa. Há ainda um modelo que considera apenas cinco: África, Europa, Ásia, América e Oceania/Austrália, origem dos cinco anéis da bandeira olímpica. Alguns especialistas preferem dividir o mundo em apenas quatro continentes, com base em massas terrestres naturalmente separadas por água, desconsiderando canais artificiais: AfroEurásia, América, Antártida e Austrália.
No século XIX, inclusive, havia quem considerasse que existiam apenas dois continentes: o Velho Mundo, que compreendia Europa, África e Ásia; e o Novo Mundo, formado pelas Américas.
A complexidade do tema fica evidente quando pensamos que Europa e Ásia estão interligadas por uma imensa faixa de terra, o que desafia a ideia de separação continental clara.
Tradicionalmente, entende-se continente como uma vasta massa de terra com limites definidos, separada por oceanos. Um estudo de 2017 define continente como uma das principais massas terrestres do planeta, incluindo terra seca e plataformas continentais. Os continentes apresentam algumas características comuns: elevação em relação ao fundo oceânico, diversidade de rochas siliciosas, crosta terrestre mais espessa e estrutura sísmica distinta da crosta oceânica, e delimitação geográfica bem definida.
No entanto, Dan Montello, professor de geografia, afirma que nada define de forma absoluta o que é um continente, a não ser a convenção histórica. Em sua visão, fatores diversos influenciam na classificação, mas não há critérios completamente objetivos e não arbitrários.
Um exemplo disso é a Rússia, com mais de 17 milhões de quilômetros quadrados. Por que considerá-la parte da Europa e não da Ásia? Segundo Montello, essa divisão se deu por questões culturais e históricas, como o desejo dos russos de que Moscou fosse considerada europeia. Assim, os Montes Urais passaram a ser o limite aceito entre os dois continentes.
Montello explica que placas tectônicas, climas, cadeias montanhosas ou plataformas continentais não definem com precisão os continentes. Nem mesmo fatores culturais, étnicos ou políticos têm valor determinante. Um exemplo: o Havaí pertence politicamente aos Estados Unidos, mas geograficamente é parte da Oceania; a Groenlândia, embora ligada politicamente à Dinamarca, é considerada parte da América do Norte.
O número de continentes depende de quem responde e de quando a pergunta é feita. Muitos geógrafos adotam a divisão em sete: África, Antártida, Ásia, Europa, América do Norte, Oceania e América do Sul. Outros, porém, combinam Europa e Ásia em Eurásia, ou juntam as Américas em uma só.
Montello conclui que não existe uma autoridade máxima que defina categoricamente o que é ou não um continente. Portanto, ninguém detém uma resposta definitiva.
E se ainda assim tudo isso parecer confuso, vale lembrar que os continentes estão em constante movimento, afastando-se cerca de 2,5 centímetros por ano.
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