Se você está entre as muitas pessoas que consomem bebidas energéticas para manter o ritmo ao longo do dia, pode ser prudente verificar o rótulo dos ingredientes. Uma substância comum nesses produtos, a taurina, passou a ser observada com atenção por pesquisadores que investigam possíveis ligações entre seu consumo e o crescimento de células cancerígenas.
Embora bebidas energéticas já sejam associadas a riscos como doenças cardíacas e diabetes, um novo estudo levanta preocupações quanto à ingestão adicional de taurina por meio dessas bebidas. A pesquisa sugere que a substância poderia servir como combustível para o desenvolvimento de certos tipos de câncer.
O estudo foi conduzido por Jeevisha Bajaj, doutora e professora assistente do Departamento de Genética Biomédica da Universidade de Rochester. Segundo o boletim da universidade, Bajaj declarou que os dados obtidos indicam a importância de desenvolver formas estáveis e eficazes de bloquear a entrada de taurina nas células de leucemia.
A oncologista Jane L. Liesveld, médica e professora no Departamento de Hematologia e Oncologia da mesma universidade, e que também participou do estudo, explica que a reprogramação metabólica é uma característica marcante do câncer e que os cientistas estão apenas começando a entender os efeitos metabólicos sobre as células de leucemia. Até agora, o foco predominante estava nas alterações genéticas, mas começa a haver uma mudança de atenção para os mecanismos que essas células usam para explorar diferentes vias metabólicas a seu favor.
A taurina é um aminoácido naturalmente presente em alimentos de origem animal, como carnes, peixes e laticínios. Em algumas bebidas energéticas, a substância pode ser de origem sintética, a depender da marca. O organismo humano também produz taurina por conta própria, utilizando-a em processos relacionados à produção de energia, digestão de ácidos biliares e regulação de fluidos e minerais.
Em maio de 2025, a Universidade de Rochester publicou os resultados da pesquisa, identificando a taurina como um aminoácido de interesse nas investigações sobre leucemia. Os cientistas observaram que células leucêmicas retiram taurina da medula óssea para sustentar seu crescimento. Essa constatação gerou questionamentos sobre o impacto do consumo adicional da substância por meio de energéticos no avanço da doença. O estudo, no entanto, não chegou a uma conclusão definitiva sobre essa hipótese, mas abriu espaço para novos caminhos de investigação voltados especificamente à taurina.
A ingestão alimentar de taurina pode ser reduzida por meio de ajustes na dieta, como evitar bebidas energéticas que contenham a substância ou optar por versões que não a incluam. Como o corpo já produz taurina de forma natural, as chances de deficiência são muito baixas.
Dietas baseadas em vegetais, como as seguidas por vegetarianos e veganos, já apresentam um consumo menor de taurina, uma vez que o aminoácido é predominante em produtos de origem animal. Isso pode ser mais um fator de proteção, considerando que estudos anteriores já estabeleceram uma relação entre o consumo de carne vermelha e o desenvolvimento de câncer.
Mesmo assim, quem mantém uma alimentação convencional e consome bebidas energéticas com frequência não precisa entrar em pânico. As pesquisas ainda estão em estágios iniciais e não há, por enquanto, comprovação de que o consumo adicional de taurina acelere o crescimento da leucemia. Este estudo é apenas o primeiro entre muitos que ainda serão realizados ao longo dos próximos anos sobre as possíveis relações entre esse aminoácido e o câncer.
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