Se você, assim como muitos, tem passado pelos dias quentes do verão com o ar-condicionado ligado direto na sua direção, talvez esteja recebendo mais do que apenas um alívio do calor: mofo, alérgenos e outras impurezas podem estar circulando junto com o ar fresco. Qualquer ar-condicionado ou sistema de climatização (HVAC) pode abrigar microrganismos indesejados, já que o processo de refrigeração envolve a retirada de umidade do ar, um ambiente propício para o crescimento microbiano.
Segundo o especialista em qualidade do ar Michael Rubino, a presença de mofo em aparelhos de ar-condicionado é relativamente comum quando não há manutenção adequada. Caso você não tenha inspecionado seu equipamento recentemente, pode ser hora de verificar o que está se acumulando por lá.
Tudo o que circula no ar ou se deposita em superfícies pode ser sugado e expelido novamente pelo ar-condicionado. Quando o material é orgânico, como pelos de animais, esporos de mofo ou bactérias, e encontra umidade, o ambiente se torna perfeito para o crescimento microbiano. Isso acontece principalmente nas serpentinas internas, onde se forma condensação durante o processo de resfriamento. Se um esporo de mofo pousa ali, pode rapidamente se desenvolver em uma colônia ativa. O problema é que, por estarem escondidas, essas partes internas podem abrigar fungos por um bom tempo antes que o usuário perceba.
Aparelhos de janela são especialmente suscetíveis, por passarem longos períodos desligados, apresentarem problemas de drenagem e, muitas vezes, serem instalados ou limpos de maneira inadequada.
Alguns sinais podem indicar contaminação por mofo no ar-condicionado. A presença visual de manchas escuras, esverdeadas, acinzentadas, azuladas ou até mesmo rosadas, com texturas que variam de aveludadas a pegajosas, pode ser um primeiro alerta. Outro indício comum é o odor característico de mofo, que muitas vezes aparece antes mesmo de qualquer evidência visível. Esses odores são provocados por compostos orgânicos voláteis liberados pelos fungos.
Além dos sinais perceptíveis, o próprio corpo pode reagir à exposição a esses microrganismos. Sintomas como fadiga, dor de cabeça, tosse, congestão nasal e dificuldade de concentração podem se intensificar dentro de ambientes contaminados. Por isso, se você sente piora dos sintomas ao permanecer em casa, é válido investigar.
O mofo também pode ser detectado durante inspeções profissionais ou por meio de testes com amostras de poeira para identificar a presença de contaminantes.
Ao encontrar mofo em um ar-condicionado, especialmente se for um modelo de janela, a recomendação mais segura é substituí-lo. A limpeza pode ser tentada, mas não há garantia de que todos os esporos sejam eliminados, o que permite que o problema retorne. É importante também descontaminar a área onde o aparelho estava instalado, antes de substituí-lo por um novo.
Se a contaminação for pequena, é possível remover o aparelho, levá-lo para fora e limpá-lo com produtos específicos contra mofo, higienizando bem as grades, os filtros e as serpentinas. O aparelho deve secar completamente por pelo menos 24 horas antes de ser reinstalado. Na reinstalação, certifique-se de que a drenagem esteja correta, para que a umidade seja expelida para fora, e não acumulada internamente.
No caso de sistemas split ou centrais, o ideal é contratar um profissional especializado em HVAC. Esse técnico pode verificar partes internas, como a serpentina evaporadora e a bandeja de drenagem, identificar possíveis acúmulos de umidade e indicar se há necessidade de higienização ou de ações mais drásticas. As serpentinas, por possuírem aletas finas e estreitas, são especialmente difíceis de limpar, o que reforça a importância do serviço técnico.
Manter a manutenção do ar-condicionado em dia ajuda a prevenir contaminações e a detectar problemas com antecedência. Inspeções regulares e a limpeza semanal dos filtros são essenciais para remover materiais orgânicos que possam servir de alimento para microrganismos e evitar problemas futuros.
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