Os ex-governadores do Paraná Roberto Requião (PDT) e Cida Borghetti (PP) participaram da 6ª Legislatura do Parlamento Universitário, projeto realizado pela Escola do Legislativo da Alep (Assembleia Legislativa do Paraná). Em conversa com os deputados universitários, os políticos compartilharam as experiências na gestão pública, desafios da carreira e reflexões sobre o cenário político.
Cida Borghetti destacou a relevância da iniciativa para a formação de novas lideranças. “É uma alegria e uma honra muito grande estar neste plenário, que representa a Casa do Povo paranaense. Encontro aqui jovens comprometidos com o bem público e que podem despertar o interesse em colaborar com a vida pública”, afirmou. A ex-governadora, que integrou a Mesa Executiva do Parlamento, enalteceu a política como instrumento de mudança social. “Muitas pessoas dizem que não gostam de política, mas o mundo é politizado. É fundamental entender a importância da boa política, do diálogo, da diplomacia”, disse.
Borghetti relembrou ainda seu papel na criação da Escola do Legislativo, quando ocupava a Quarta-Secretaria da Assembleia. “Foi um sonho muito sonhado e hoje é uma realidade. Parabéns a todos que fazem parte dessa conquista”, completou, citando as visitas a modelos similares em estados como Minas Gerais, Rio Grande do Sul e São Paulo para estruturar o projeto.
No período da tarde, Roberto Requião também dialogou com os universitários, elogiando a iniciativa da Assembleia. “Acho maravilhoso, especialmente para eles, que escutaram algumas verdades sobre como realmente se dá a relação do governador com o processo eleitoral, com o exercício do poder e com a gestão pública”, declarou. O ex-governador abordou desafios de sua administração, sua passagem pelo Senado e criticou a falta de um projeto nacional que transcenda interesses partidários.
“O discurso muitas vezes não corresponde à prática na política. Vemos contradições, como grupos que dizem defender o patriotismo, mas promovem a venda de estatais”, questionou. Requião também analisou questões econômicas, argumentando que o atual modelo não favorece o desenvolvimento. “Não há país que funcione com um sistema em que o dinheiro rende mais no banco do que em qualquer empreendimento real. Quem vai correr esse risco?”, ponderou. O evento reforçou a troca de experiências entre gerações, destacando a importância do engajamento jovem na construção de políticas públicas.