Um clarão repentino registrado em Saturno por Mario Rana, voluntário do Laboratório Virtual e Observatório Planetário da NASA (PVOL), pode representar a primeira vez em que uma colisão com o gigante gasoso foi observada em tempo real. O fenômeno chamou atenção por surgir de forma destacada contra as faixas de nuvens uniformes que compõem a atmosfera do planeta. O material capturado foi imediatamente compartilhado pelo PVOL, que lançou um apelo à comunidade astronômica internacional em busca de registros semelhantes que possam confirmar a autenticidade do evento.
Impactos em planetas gasosos como Saturno não produzem crateras ou marcas visíveis como acontece na Terra ou na Lua. A composição atmosférica densa, formada principalmente por hidrogênio e hélio, tende a absorver e dissipar rapidamente qualquer perturbação causada por objetos que penetram sua camada externa. Isso torna extremamente difícil confirmar colisões sem registros simultâneos de outros observadores. A rápida dissipação de qualquer sinal visual reforça a necessidade de múltiplas imagens ou vídeos que possam corroborar a ocorrência.
Embora colisões com objetos de grandes proporções, com mais de um quilômetro de diâmetro, sejam consideradas eventos raros, estimadas para acontecer a cada poucos milhares de anos, impactos com pequenos meteoróides são muito mais frequentes. Dados da missão Cassini, que orbitou Saturno entre 2004 e 2017, já haviam indicado distúrbios nas estruturas dos anéis do planeta, que pesquisadores atribuem a colisões com pequenos corpos celestes. Esses padrões nos anéis funcionam como uma espécie de sismógrafo cósmico, revelando perturbações no ambiente ao redor do planeta.
O possível registro de uma colisão direta torna esse episódio particularmente importante. Até hoje, os únicos impactos observados diretamente em gigantes gasosos ocorreram em Júpiter, que exibe cicatrizes visíveis e emissões de calor detectáveis após grandes colisões, como a causada pelo cometa Shoemaker-Levy 9 em 1994. Saturno, por sua vez, nunca havia fornecido evidências visuais tão claras de um impacto até agora.
Por esse motivo, o pedido do PVOL para que astrônomos profissionais e amadores que estivessem monitorando Saturno na manhã do dia 5 revisem seus registros torna-se crucial. Com múltiplos pontos de observação, seria possível triangulá-lo, estimar o tamanho do objeto envolvido e calcular a energia liberada na colisão. A confirmação de que um corpo celeste atingiu Saturno nesse episódio pode oferecer dados inéditos sobre a dinâmica de impactos em planetas gasosos e aprofundar o entendimento sobre os riscos de colisões no Sistema Solar.
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