A Polícia Científica do Paraná confirmou uma conexão entre crimes ocorridos em estados diferentes a partir de vestígios analisados no Banco Nacional de Perfis Balísticos, por meio do Sistema Nacional de Análise Balística (SINAB). A correspondência, conhecida como hit ou match, foi identificada na última semana e estabeleceu uma ligação entre delitos praticados na região central do Paraná e no litoral de Santa Catarina, demonstrando o alcance interestadual da atuação criminosa.
Desde a adesão do Paraná ao SINAB, em 2022, o estado já confirmou 742 vínculos entre crimes por meio da análise balística, incluindo o primeiro hit já registrado no banco. Em 2025, os laudos periciais emitidos pela Seção de Balística Forense do Paraná já contribuíram para 126 inquéritos policiais. O estado acumula até o momento 11 correspondências com vestígios de outros estados, sendo as primeiras com a Polícia Federal em 2023, depois com materiais apreendidos no Rio Grande do Sul e, mais recentemente, com Santa Catarina.
O processo que leva à descoberta de uma ligação começa com a coleta dos vestígios no local da ocorrência, seja na cena do crime, em necropsias ou em hospitais. Esses materiais, como projéteis e estojos, são reunidos, catalogados e custodiados até serem encaminhados aos laboratórios especializados. Lá, passam por triagem e agrupamento conforme sua natureza e são inseridos no Banco Nacional de Perfis Balísticos. As imagens coletadas são comparadas com registros de todo o Brasil utilizando o SINAB, que destaca aquelas com maior potencial de compatibilidade. As amostras suspeitas são então analisadas ao microscópio para confirmação da correspondência.
Segundo o chefe da Seção de Balística Forense, perito André Coelho, todo o trabalho começa ainda durante o atendimento à ocorrência, com a atuação do perito no local do crime. É esse cuidado na coleta que viabiliza a posterior análise de laboratório.