quarta-feira, junho 18, 2025
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O que fazer quando a conexão da internet está ruim

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Uma conexão lenta de internet pode atrapalhar desde um dia comum de trabalho até uma consulta médica por vídeo ou uma sessão de jogos online. Talvez você já tenha notado uma queda na velocidade de download ou upload e, embora existam diversas causas para uma conexão Wi-Fi instável – incluindo soluções simples que podem ser testadas rapidamente – há também a possibilidade real de que a lentidão não esteja totalmente sob seu controle. Mesmo sendo uma prática tecnicamente ilegal, é possível que sua operadora esteja reduzindo intencionalmente a velocidade da sua conexão, o que é conhecido como “throttling” ou estrangulamento de banda.

Antes de qualquer conclusão, o primeiro passo é testar a velocidade da internet. Após descartar explicações simples para os problemas de conexão, é hora de obter uma medição mais aprofundada da saúde da sua rede. Serviços como o M-Lab ou o Speedtest.net (desenvolvido pela Ookla, empresa do mesmo grupo da CNET) permitem verificar se sua operadora está entregando de forma consistente a velocidade prometida, independentemente do tipo de conteúdo acessado. Embora esses testes não sejam perfeitos, servem como um bom ponto de partida. É recomendável repetir os testes em diferentes horários do dia, especialmente nos períodos de maior tráfego, para identificar variações significativas na velocidade. Também vale fazer o teste usando um cabo de rede (Ethernet), pois a conexão cabeada costuma ser mais rápida que o Wi-Fi. Se mesmo com o cabo a velocidade continuar baixa, é hora de seguir para a próxima etapa.

Caso o problema persista e você já tenha descartado outras hipóteses, pode ser interessante considerar o uso de uma VPN, ou rede privada virtual. Uma das mais bem avaliadas atualmente é a ExpressVPN, que se destaca por sua transparência, facilidade de uso e velocidade constante. A VPN funciona criptografando os dados trafegados, o que dificulta a identificação do conteúdo acessado pela operadora. Embora seja possível que a operadora ainda reduza a velocidade do tráfego vindo de VPNs, essa ferramenta pode ajudar a contornar parte das restrições. É importante lembrar que o uso de uma VPN pode causar uma leve redução na velocidade geral da conexão, mas pode resultar em menos congestionamentos e oscilações. Fatores como segurança, preço e localização dos servidores também devem ser considerados na escolha de uma VPN. Testar diferentes opções pode ser necessário até encontrar a mais eficiente para o seu caso.

Antes de acusar diretamente sua operadora de estrangulamento, é prudente revisar uma série de fatores que podem estar afetando a velocidade. Algumas soluções rápidas incluem reiniciar o modem ou roteador, posicionar o roteador em um local central da casa, trocar as bandas de Wi-Fi (entre 2,4 GHz e 5 GHz) ou até substituir o roteador por um mais moderno. Para ambientes maiores ou com muitas paredes, investir em um sistema mesh (rede em malha) ou em um repetidor de sinal pode ser uma solução eficiente. Caso seu equipamento esteja em boas condições e sua rede bem configurada, pode ser que a solução esteja em contratar um plano de internet com velocidade mais alta, principalmente se há muitas pessoas usando a internet ao mesmo tempo em sua residência. Se nada disso funcionar, é possível que a operadora esteja deliberadamente limitando sua conexão.

Embora o estrangulamento da internet seja considerado ilegal em muitos contextos, operadoras ainda conseguem contornar a legislação. No Brasil, o Marco Civil da Internet garante a neutralidade da rede como princípio legal, o que significa que provedores não podem limitar, discriminar ou cobrar preços diferentes com base no conteúdo acessado. No entanto, há brechas, como limites de franquia ou alegações de congestionamento da rede, que podem ser usadas como justificativa para a redução de velocidade. Quando o usuário é informado previamente sobre a possibilidade de redução da velocidade em determinados contextos, como após o uso de determinado volume de dados, a prática pode ser considerada legal, desde que respeite os parâmetros estabelecidos pela Anatel.

Para descobrir se sua operadora está, de fato, reduzindo sua velocidade, você pode realizar um teste comparativo. Teste sua velocidade sem VPN e, depois, ative a VPN e repita o teste usando um serviço como o Fast.com ou o Speedtest.net. Em geral, usar uma VPN reduz levemente a velocidade por conta da criptografia, então o esperado é que a velocidade com VPN seja menor. No entanto, se você observar o contrário – uma melhora com a VPN ativa – é um forte indício de que sua operadora está limitando sua conexão com base no seu endereço IP.

Resolver esse tipo de problema não é simples, especialmente em locais onde há poucas opções de provedores de internet. Muitas regiões do Brasil, enfrentam um cenário de monopólio ou duopólio, o que dificulta a troca de operadora. Se você tiver outras opções na sua região, considerar a migração para uma empresa que ofereça maior transparência e melhor desempenho pode ser a solução. Além de colocar fim ao possível estrangulamento, você pode conseguir uma conexão mais rápida por um preço semelhante ou até mais acessível.

Se mudar de operadora não for viável, o uso contínuo de uma VPN confiável pode ajudar a manter velocidades mais consistentes. Embora não resolva problemas estruturais da rede ou limitações do equipamento, a VPN pode mitigar parte dos efeitos de restrições injustificadas por parte da operadora. Outra possibilidade é entrar em contato diretamente com o atendimento da empresa e registrar uma reclamação formal. Em alguns casos, a simples ameaça de mudar de operadora pode resultar em melhorias imediatas. Em último caso, registrar queixa na Anatel pode forçar a prestadora a prestar esclarecimentos sobre a lentidão injustificada.

Mesmo que não haja uma solução única e definitiva, a combinação de testes, otimizações no ambiente doméstico, uso de VPNs e pressão sobre as operadoras pode ser a chave para restabelecer uma internet mais rápida e confiável, respeitando os direitos do consumidor brasileiro.

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