sábado, junho 14, 2025
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ALEP chama atenção para doação de sangue no Junho Vermelho

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Doar sangue é um ato de solidariedade com grande impacto, capaz de salvar até quatro vidas. No entanto, com a chegada do inverno, os estoques dos bancos de sangue costumam diminuir de forma significativa. Isso ocorre por diversos fatores, como o clima mais frio, que desestimula as pessoas a saírem de casa, o aumento de casos de doenças típicas da estação, como gripes e resfriados, o período de férias e o medo ou desconhecimento em relação ao processo de doação. Para enfrentar essa queda nas doações, foi criada a campanha mundial Junho Vermelho, que visa chamar a atenção da população para a importância da doação de sangue, promover conscientização e incentivar gestos solidários justamente no período em que os estoques mais precisam de reforço. Essa campanha também coincide com o Dia Mundial do Doador de Sangue, comemorado em 14 de junho.

O médico e deputado estadual Tercílio Turini, presidente da Comissão de Saúde Pública da Assembleia Legislativa do Paraná, reforça que doar sangue é um procedimento seguro e não causa prejuízos à saúde do doador. Ele lembra que os hemocentros seguem protocolos rigorosos, colhendo sangue apenas de pessoas aptas segundo critérios técnicos. Para ele, campanhas como a do Junho Vermelho são fundamentais para levar informação à população e incentivar a participação, destacando que a doação representa um gesto de amor e solidariedade, capaz de salvar vidas, contribuir com tratamentos de doenças e promover o bem coletivo, mesmo que o doador muitas vezes nem saiba quem será beneficiado.

A deputada Márcia Huçulak, ex-secretária de Saúde de Curitiba e líder do Bloco Parlamentar de Saúde Pública, afirma que doar sangue é muito mais do que um ato solidário: é um gesto essencial para manter os estoques em níveis adequados, o que é crucial para atender emergências médicas, cirurgias e tratamentos graves. Para ela, o Junho Vermelho ajuda a reforçar um hábito que deve ser mantido durante todo o ano, sempre respeitando as particularidades de saúde de cada indivíduo. De modo geral, homens adultos podem doar até quatro vezes por ano, com intervalo mínimo de 60 dias entre as doações, enquanto mulheres podem doar até três vezes por ano, com um intervalo mínimo de 90 dias.

O deputado Ney Leprevost, coordenador da Frente Parlamentar da Medicina e Odontologia, faz um alerta sobre a queda drástica dos estoques de sangue durante o inverno, situação que coloca em risco pacientes que dependem dessas doações. Ele ressalta que um simples gesto pode transformar o desespero de quem aguarda por uma transfusão em esperança. Segundo ele, ser solidário e doar sangue é uma atitude heroica.

Somente em 2025, o estado do Paraná já registrou 87 mil doações de sangue. Em 2024, esse número foi superior a 204 mil doações. Cada bolsa coletada, com volume de 450 mililitros, pode ser fracionada em até quatro hemocomponentes distintos: hemácias, plaquetas, plasma e crioprecipitado (que é o plasma fresco congelado). Esses componentes são utilizados em diferentes situações clínicas e podem beneficiar até quatro pessoas distintas. No Paraná, o Centro de Hematologia e Hemoterapia do Paraná (Hemepar) é o responsável por 95,6% do abastecimento de sangue dos leitos vinculados ao Sistema Único de Saúde (SUS), atendendo 375 hospitais, sejam eles públicos, privados ou filantrópicos.

A Assembleia Legislativa do Paraná tem aprovado diversas leis com o objetivo de incentivar e reconhecer os doadores de sangue. Entre essas leis está a de número 19.832 de 2019, proposta pelo deputado Evandro Araújo, que assegura atendimento prioritário a doadores de sangue raro ou fenotipados quando convocados pelos bancos de sangue. A Lei 19.293 de 2017, do então deputado estadual e hoje deputado federal Paulo Litro, garante isenção da taxa de inscrição em concursos públicos e processos seletivos realizados no estado para doadores de sangue, regra que foi atualizada pelas Leis 20.310 de 2020, do deputado Ricardo Arruda, e 22.212 de 2024, do deputado Samuel Dantas, que passaram a exigir comprovação formal da condição de doador. Outra legislação, a Lei 22.130 de 2024, incluiu no Código de Defesa do Consumidor a autorização para que doadores regulares de sangue, doadores de um rim ou parte do fígado, pulmão ou medula óssea tenham direito à meia-entrada em eventos culturais, artísticos e esportivos.

Outras leis estaduais tratam de aspectos relacionados à saúde pública. A Lei 11.364 de 1996, proposta por Plauto Miró, determina a realização obrigatória do teste de HIV em doações de sangue, sêmen e órgãos destinados a transplantes. Já a Lei 17.083 de 2017, do deputado Artagão Júnior, estabelece medidas de segurança para evitar a troca de sangue em transfusões realizadas em hospitais públicos e privados, casas de saúde e maternidades. A Lei 19.441 de 2018, do ex-deputado Nereu Moura, obriga estabelecimentos que realizam procedimentos como tatuagem, piercing ou maquiagem definitiva a exibirem cartazes informando que, após esses procedimentos, há um período de impedimento para doação de sangue.

No campo da conscientização, a Lei 14.528 de 2004 criou a Semana de Doação de Sangue no estado, a ser realizada anualmente com base na data de 25 de novembro, Dia do Doador de Sangue. Essa norma foi modificada pela Lei 15.406 de 2007, que acrescentou o direito ao passe livre nos ônibus urbanos do estado, em qualquer trajeto, no dia 25 de novembro, para pessoas que comprovarem, com carteira atualizada, serem doadores regulares. Outra iniciativa é a Lei 13.964 de 2002, proposta por Luiz Carlos Martins, que assegura desconto de 50% no valor de ingressos para eventos culturais e artísticos a doadores de sangue.

Também estão em vigor a Lei 20.594 de 2021, do ex-deputado Emerson Bacil, que institui a Semana Estadual de Conscientização e Incentivo à Doação de Sangue entre servidores públicos do Paraná, realizada na terceira semana de dezembro; a Lei 20.292 de 2020, do deputado Anibelli Neto, que criou o Julho Vermelho, mês dedicado a ações de sensibilização e estímulo à doação; e a Lei 20.956 de 2022, do ex-deputado Ademir Bier, que reconhece oficialmente o município de Palotina como Capital Estadual da Doação de Sangue.

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