Viver uma vida longa e saudável é um objetivo comum, mas bons genes são apenas parte da equação. Os hábitos diários que mantemos desempenham um papel fundamental em como envelhecemos. Acumular preocupações, esquecer de usar o fio dental ou deixar de reservar tempo para si mesmo pode parecer algo pequeno, mas esses comportamentos têm o potencial de afetar negativamente a longevidade de forma silenciosa. Certos hábitos comuns podem estar prejudicando sua saúde, e pequenas mudanças podem ajudar a substituí-los por rotinas que promovem uma vida mais forte e duradoura.
A conversa interna negativa afeta diretamente o humor e frequentemente reforça crenças e padrões mentais prejudiciais. Com o tempo, isso pode levar ao uso excessivo de álcool ou cannabis, sedentarismo, alimentação desequilibrada e transtornos de ansiedade ou depressão, segundo a Dra. Ashwini Nadkarni, uma professora assistente de psiquiatria. Em vez de alimentar a autocrítica severa, ela sugere reconhecer o que não está funcionando e praticar a autocompaixão, o que pode aumentar a motivação para encontrar soluções práticas.
O hábito de recorrer ao celular para melhorar o humor por meio do chamado doom-scrolling pode, na verdade, agravar o estresse, diminuir a satisfação com a vida e impactar o sono, a cognição e a saúde mental em geral. Ashwini recomenda uma alternativa simples: sair para uma caminhada ou ouvir uma música relaxante em vez de navegar por redes sociais ou sites de notícias.
Preocupar-se constantemente com trabalho, estudos ou relacionamentos pode prejudicar tanto a saúde mental quanto a física. Problemas como dores de cabeça, distúrbios do sono e condições gastrointestinais como a síndrome do intestino irritável estão associados ao excesso de preocupação. Uma forma eficaz de combater esse ciclo é identificar o que pode ser controlado e agir sobre isso. Outra alternativa é a prática de atividade física, que ajuda a redirecionar o foco e aliviar o estresse.
A falta de socialização pode levar à solidão e a uma sensação de desconexão, o que tem sido associado não apenas à depressão e à demência, mas também a doenças cardíacas, AVC, diabetes e até morte precoce. Participar de atividades em grupo, como aulas ou ações voluntárias, mesmo sem interações verbais diretas, pode ajudar a combater esse isolamento.
Deixar de usar o fio dental aumenta o risco de cáries e doenças gengivais, que exigem resposta constante do sistema imunológico. Essa inflamação crônica e as bactérias presentes na boca estão ligadas a doenças graves como problemas cardíacos e diabetes, explica o ortodontista Jeremy Manuele. Além disso, a gengivite pode dificultar o controle da glicemia, causar inflamações sistêmicas e até pneumonia. A recomendação do Dr. J é clara: use o fio dental todos os dias, pois ele alcança áreas onde a escova não consegue remover a placa e as bactérias.
Respirar pela boca pode causar congestão nasal e inflamação dos seios da face. Isso ocorre porque a respiração bucal ignora o papel do nariz em umidificar, aquecer o ar e adicionar óxido nítrico, substância que reduz inflamações e melhora o fluxo sanguíneo. A respiração crônica pela boca pode prejudicar o sono, levando a condições como pressão alta, refluxo ácido, doenças cardíacas e apneia obstrutiva do sono. Para melhorar a respiração nasal, Dr. J sugere o uso de tiras nasais.
Hábitos tornam-se automáticos com o tempo e muitas vezes são difíceis de perceber até que afetem o desempenho no trabalho, nas responsabilidades pessoais ou nos relacionamentos. Segundo Ashwini, o primeiro passo para mudar é monitorar o hábito: identificar os gatilhos, avaliar como ele afeta o humor e os pensamentos, e, a partir disso, reformular pensamentos negativos e adotar estratégias de enfrentamento mais positivas.