Cinco integrantes de organização criminosa especializada em subtrair mercadorias foram detidos em Londrina, em uma ação que marca o encerramento de investigação que apurou prejuízos superiores a R$ 7 milhões ao longo de 18 meses.
Dez endereços foram vasculhados durante a operação, que apreendeu documentos e equipamentos utilizados nas atividades ilegais.
As investigações começaram após desaparecimento de carga metálica, revelando posteriormente a existência de duas redes atuantes no norte paranaense.
Segundo o delegado Edgard Soriani, um dos grupos focava em commodities agrícolas, enquanto outro roubava alimentos processados. Os criminosos falsificavam registros policiais para simular assaltos, encaminhando os documentos adulterados às transportadoras.
Na primeira etapa, em setembro passado, dez indivíduos foram capturados e 25 veículos recuperados. A segunda fase resultou na apreensão de mais 26 caminhões e na prisão de três foragidos.
Exames em aparelhos celulares comprovaram a autoria dos crimes. Conversas obtidas judicialmente detalhavam os métodos para ocultar a origem das mercadorias desviadas.
Os detidos nesta fase responderão por crimes contra o patrimônio e associação criminosa. O Ministério Público já requisitou a quebra de sigilo bancário para rastrear movimentações financeiras suspeitas.
Dados da Secretaria de Segurança Pública indicam queda de 35% nos roubos de carga na região desde o início das investigações. As empresas atingidas pelo esquema serão notificadas para acompanhar o processo judicial.
Especialistas em logística alertam que este tipo de delito representa 12% dos custos operacionais do setor de transporte no Paraná. A Federação das Indústrias estima perdas anuais de R$ 400 milhões em todo o estado.
A operação contou com apoio do Gaeco e da Receita Federal. Novas diligências devem ocorrer para identificar receptadores em outros estados brasileiros.
Os investigados permanecem à disposição da Justiça. As penas podem chegar a 18 anos de reclusão, conforme a legislação vigente.
Autoridades recomendam que transportadoras adotem sistemas de monitoramento por satélite e dispositivos antifurto em veículos de carga. A medida reduziria em 60% a vulnerabilidade a este tipo de crime, segundo especialistas.
O delegado Soriani destacou que a cooperação entre empresas e órgãos de segurança foi fundamental para o sucesso da operação. Novas ações preventivas estão sendo planejadas para conter a ação de grupos similares.
O caso será encaminhado à Vara Criminal de Londrina nas próximas semanas. Testemunhas já foram ouvidas e prestaram depoimentos que corroboram as acusações.
Analistas de inteligência continuam examando os dados apreendidos para identificar possíveis conexões com organizações internacionais. A Interpol foi notificada sobre a operação.
As mercadorias recuperadas serão devolvidas aos proprietários após conclusão dos procedimentos judiciais. Estima-se que 30% do total desviado já tenha sido localizado.
A operação mobilizou 42 policiais civis e contou com apoio de agentes penitenciários durante as prisões. Todos os detidos foram encaminhados a unidades prisionais de segurança média.
O governador destacou a importância do trabalho investigativo para a redução de crimes patrimoniais no estado. Novos recursos serão destinados ao reforço do combate a organizações criminosas.