O mais recente Monitor de Secas, divulgado pela Agência Nacional de Águas, revela a expansão de áreas com déficit hídrico no extremo Oeste do Paraná, os dados coletados mostram que municípios como Pato Branco, Francisco Beltrão e Foz do Iguaçu enfrentam condições climáticas adversas desde dezembro de 2024.
Especialistas atribuem o fenômeno à persistente redução nos volumes pluviométricos.
“A ausência de sistemas meteorológicos capazes de gerar precipitação explica os índices abaixo da média histórica neste período”, analisa Reinaldo Kneib, meteorologista do Simepar.
O relatório aponta que a região acumula três meses consecutivos com chuvas insuficientes.
Os impactos imediatos recaem sobre a agricultura, com prejuízos especialmente às culturas de inverno.
Reservatórios de abastecimento público começam a apresentar níveis preocupantes em pelo menos 15 municípios.
A Sanepar informou que monitora a situação, mas descarta racionamento imediato.
Em escala nacional, o panorama mais crítico ocorre no noroeste gaúcho, na Bahia e em partes do Maranhão.
Diferentemente do Paraná, o Amazonas registrou melhora após chuvas intensas em março.
O sistema de monitoramento, criado em 2014 durante a pior seca do século no Nordeste, tornou-se ferramenta estratégica para gestão hídrica.
Produtores rurais da região afetada já relatam perdas nas lavouras de trigo, com redução estimada em 15% na produtividade.
A Secretaria de Agricultura prepara medidas emergenciais, incluindo linhas de crédito específicas.
Cientistas alertam que o padrão climático atual corresponde às projeções de mudanças climáticas para a região.
Comparado ao levantamento anterior, o mapa de abril mostra aumento de 23% na área paranaense classificada com seca moderada. Técnicos da ANA destacam que a situação ainda está longe dos níveis críticos registrados em 2020, quando o estado enfrentou sua pior crise hídrica.
O comitê de crise formado por órgãos ambientais vai se reunir na próxima semana para avaliar medidas preventivas.
Entre as ações em estudo estão campanhas de conscientização sobre uso racional da água e a antecipação do período de vazio sanitário em algumas culturas.