Saturday, May 17, 2025
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Empresa está construindo casas no fundo do mar

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Há aproximadamente 370 milhões de anos, o ancestral vertebrado do Homo sapiens, uma criatura semelhante a uma salamandra chamada tetrápode, deixou a água para viver em terra. Ao longo das eras geológicas seguintes, os humanos (ou o que eventualmente se tornaria humanos) nunca mais voltaram atrás. Contudo, com o avanço da tecnologia no último século, nossa espécie começou a considerar formas de habitação além da superfície terrestre. Com o desenvolvimento do aço, construímos arranha-céus cada vez mais altos, astronautas provaram que podemos sobreviver por longos períodos no espaço, e a NASA planeja estabelecer uma base lunar até a década de 2030. Recentemente, surgiu o interesse em retornar às nossas origens aquáticas, e agora a startup DEEP pretende criar uma residência humana permanente no fundo do oceano até 2027.

O presidente da DEEP, Sean Wolpert, explicou que a empresa busca ter o mesmo impacto que a SpaceX teve ao renovar o interesse pela exploração espacial. O objetivo é criar uma plataforma que atraia mentes brilhantes para inovar no ambiente marinho. Enquanto os humanos se esforçam para colonizar outros planetas, grandes áreas dos oceanos terrestres permanecem praticamente inexploradas. A empresa planeja usar uma técnica chamada manufatura aditiva por arco elétrico para construir habitats submarinos resistentes à pressão oceânica. O primeiro protótipo, chamado Vanguard, com cerca de 28 metros quadrados, deve ser instalado ainda este ano e suportará três mergulhadores profissionais em profundidades de até 100 metros, dentro da chamada “zona de luz solar” do oceano.

Futuras unidades maiores, denominadas Sentinelas, acomodarão seis pessoas por até 28 dias em profundidades de 200 metros, na transição para a “zona de penumbra” oceânica. Esses habitats contarão com seis quartos, cozinha, laboratório científico e banheiro. Embora projetos como o Sealab e o Conshelf tenham explorado a ideia de habitação submarina nas décadas de 1950 e 1960, a visão de uma Atlântida tecnológica permaneceu limitada a poucas instalações de pesquisa nas últimas décadas.

Em 2023, o professor Joseph Dituri, estabeleceu um recorde ao viver 100 dias no fundo do mar. Durante esse período, a saúde dele foi monitorada e ele relatou aumento no sono REM, redução do colesterol, mas também desenvolveu miopia temporária e encolheu cerca de 1 centímetro. No entanto, a vida submarina prolongada apresenta uma série de desafios técnicos. Desde a década de 1930, experimentos mostraram que o corpo humano pode se adaptar à pressão constante, mas o retorno à superfície pode causar a doença descompressiva. Além disso, a respiração de ar mais denso em ambientes pressurizados pode afetar o sistema circulatório a longo prazo.

Outro fator crucial é a necessidade humana de luz solar. Mesmo após sua estadia recorde, Dituri confessou sentir muita falta da luz do sol. Outra preocupação importante envolve o impacto ambiental desses habitats no ecossistema marinho já fragilizado pelas mudanças climáticas. Embora o objetivo seja estudar os 90% de vida marinha que habita a zona iluminada, a instalação de estruturas metálicas pode perturbar ainda mais esses ambientes sensíveis.

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