Thursday, May 8, 2025
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Exercício físico previne o declínio mental

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Pesquisadores da Universidade do Missouri descobriram que a atividade física pode ajudar a manter a função cognitiva mesmo quando o fígado não consegue produzir corpos cetônicos, uma importante fonte alternativa de energia para o cérebro. O estudo, liderado pelos cientistas Taylor Kelty e R. Scott Rector, traz novas perspectivas sobre como o exercício pode ser crucial para prevenir o declínio mental.

Normalmente, quando os níveis de glicose (o principal combustível do corpo) ficam baixos, o fígado produz corpos cetônicos para fornecer energia ao cérebro, sustentando funções como memória e aprendizado. A equipe investigou o que acontece quando essa produção é comprometida.

Como esperado, a limitação na geração de corpos cetônicos levou a prejuízos cognitivos. No entanto, os pesquisadores observaram algo surpreendente: o exercício físico ainda conseguiu reverter parte desses déficits, mesmo com a produção reduzida de corpos cetônicos.

“Antes do estudo, imaginávamos que, com menos corpos cetônicos e os prejuízos cognitivos resultantes, o exercício talvez não pudesse superar essa limitação”, explicou Kelty, pesquisador de pós-doutorado no laboratório de Rector. “Mas o exercício mostrou-se tão poderoso que parece ativar outros mecanismos cerebrais que permitem contornar essas deficiências e ainda assim obter benefícios.”

Rector, professor da Escola de Medicina e diretor do Roy Blunt NextGen Precision Health, destacou a complexidade dos efeitos do exercício: “Esta pesquisa mostra como a atividade física beneficia o corpo de múltiplas maneiras, mesmo quando não compreendemos completamente todos os mecanismos moleculares envolvidos. Mesmo quando removemos uma via específica, o exercício faz tantas outras coisas que pode ajudar a compensar essas deficiências.”

Os resultados são particularmente relevantes para pessoas com condições hepáticas que afetam a produção de corpos cetônicos. Kelty ressaltou que pesquisas emergentes sobre a conexão fígado-cérebro indicam que indivíduos com disfunção hepática grave têm maior risco de desenvolver demência. “Se a produção de corpos cetônicos no fígado é prejudicada, isso pode ser uma causa potencial de declínio cognitivo, levando eventualmente a condições como demência”, afirmou.

O estudo reforça a importância da produção de corpos cetônicos para a saúde cerebral e o papel que o exercício pode desempenhar na manutenção da capacidade mental. “Ainda há muito a descobrir, e com todos os recursos de ponta e colaborações interdisciplinares na Universidade do Missouri, é emocionante pensar para onde esta pesquisa pode nos levar”, disse Kelty. “O exercício pode ser uma peça fundamental para preservar a saúde cerebral com o envelhecimento.”

Rector, com mais de duas décadas de trabalho na instituição, expressou orgulho em fazer parte de uma comunidade que possibilita pesquisas como esta. “O apoio que recebemos da Universidade do Missouri, da Divisão de Pesquisa, Inovação e Impacto e da iniciativa NextGen Precision Health tem sido incrível. Esperamos que nosso trabalho possa ajudar muitas pessoas no futuro”, concluiu o pesquisador.

Os achados abrem novas perspectivas para estratégias de prevenção do declínio cognitivo, destacando o exercício físico como uma ferramenta potencialmente poderosa para manter a saúde cerebral mesmo em condições metabólicas adversas.

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